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Notas da Autora#19



YEY! Segundo capítulo desse ano!

Achei interessante trabalhar nele. Mostrar um POV da Maya e um de Ellie, e que ficasse interessante e trazer mais elementos pro futuro. Ainda estou planejando e escrevendo aos poucos. Aos leitores, agradeço por me acompanharem até aqui.

Vamos ao capítulo!

Primeiro, temos Maya na sua salinha. A historia dela poderá ser contada assim, ou nos próprios capítulos dela. Eu acho bem legal, e poder dar umas modificadas ou escrever algo nada a ver com o jogo. ADORO.

Ela é danadinha ( ͡° ͜ʖ ͡°)( ͡° ͜ʖ ͡°) (e Charles um Tsundere)



E Ellie! Ela teve que decidir o que fazer. Se desespera facil, ou então fica com muita raiva. São dois lados da mesma moeda, e ela não consegue pensar mais a frio como Sally. Mesmo ela sendo mais logica e sistemática, numa hora dessas ela pega fogo. :v



E é isso, muito obrigada por lerem! Até a próxima.


Capítulo 19: Apple Woods






Maya não teve uma boa noite de sono havia alguns dias.

Pensou que poderia ser decorrente da presença do sobrinho, que andara provocando os membros da Guilda. O que poderia fazer?

Ele era um jovem que precisava de disciplina, é claro. Mas nem sua irmã conseguiu lidar com ele. Maya se ofereceu para ajudar na educação que sua irmã não conseguiu. Por que ele era tão indisciplinado? Pensou em alguns métodos, mas parecia que não funcionavam. Desde de pedir pequenos favores, como seguir as regras da Guilda. Maya mesmo explicou as mais básicas e importantes. Saberia que se Charles desse as instruções, ele provavelmente se irritaria ou dormiria no inicio. 

Maya estava disposta a não desistir dele.

A Guildmaster acreditava que a maldade não existe nos Pokémon. Talvez eles fizessem isso por outros motivos. Viajara muito antes de se estabelecer com sua Guilda com Charles. Ela acreditava que todos eram bondosos, mas por motivos como poder, egoismo e raiva eles acabassem por deixar essas emoções a tona. Acreditava que não era preciso ter essas emoções ruins, que apenas trazem infelicidade ao que estão ao seu redor. 

Por isso, sempre sorria, vivia alegre e feliz. É claro, havia situações que não haveria como contornar, ou que alguém simplesmente não quisesse a sua ajuda. Mas não era o caso de Alfonse.

Maya sentia algo a mais, que ele queria ajuda. Não somente ele, mas parecia que sua Guilda atraia certos tipos de Pokémon que precisavam de ajuda. Porém é claro, as coisas não podem se sustentar sozinhas. Nesse sistema, ela e Charles tentavam driblar algumas coisas. Precisavam manter a Guilda na ativa, manter a moral dos integrantes, custos. Se oferecessem as principais necessidades (uma casa, trabalho, alimentação e cuidados médicos e segurança) pensou que, talvez, não seria de tão mal tomar o resultado do trabalhos dos integrantes. 

Percebia que Ellie e Sally reclamariam muito que suas recompensas fossem minimas, mas logo elas também perceberam que não precisariam se preocupar com tantas coisas se não estivessem numa Guilda. Pelas regras, elas poderiam sair da Guilda quando se graduassem. E ainda poderiam permanecer se quisessem. Não somente elas, mas todos da Guilda.

O que os mantinha ali? Pensou várias vezes. E todas as respostas foram diferentes, até chegar a uma conclusão. 

Eles gostavam de estar ali. Unidos como uma família, criando laços fortes, se unindo para manter o seu dia a dia. Era assim que os Pokémon evoluíam.

Se inclinando para frente, a cadeira rangeu e saiu de seus devaneios matinais. A mulher de cabelos rosados havia tarefas a serem compridas, e isso tomaria boa parte de seu dia.

Respirou fundo e sentiu algo crescente em seu corpo- como uma energia alegre. Sorriu novamente e arrumou os papeis, com um novo vigor que a fez terminar logo, arrumando as pastas e outros documentos.

Num momento de distração, Maya contemplou seus tesouros, lembranças de anos de aventura. Pedras, pedaços de mapas, cristais. Até mesmo algumas coisas que nem sabia, mas guardava pelo carinho. Avistou seu Defend Globe, um item que trazia suas memorias a tona. Pegou o objeto frio, sentindo sua textura e peso, e o abraçou.


Suspirou, se tranquilizando, relaxando seus ombros. Deixou o objeto em sua caixinha, a deixando aberta como sempre fizera. Voltou aos afazeres da Guilda, começando a limpar sua Sala. Pegou uma vassoura, panos e alguns outros produtos de limpeza. Cada gesto era cronometrado e calculado, como se fizesse aquilo por anos, e cantando uma canção de anos vindouros. 

Algum tempo depois, terminou de limpar sua sala. Afinal, não gostava de sujeira. Viu uma sombra no chão da porta, e supôs quem seria. Se aproximou devagar, ainda cantarolando, medindo seu tom de voz, diminuindo quando chegou perto. Abriu-a rapidamente, que ate a mesma foi para trás. 

Charles apareceu, surpreso e com um olhar assutado. Tão assustado que, deixou sua caderneta cair, assim como suas canetas.

- M-me perdoe, Guildmaster!- E se abaixou para pegar os itens, rapidamente. Ele tinha um rubor nas bochechas, o que o fez se abaixar mais o rosto, cobrindo com o seu cabelo.

- Oh, Charles?

- S-sim, Guildmaster?-Perguntou, já de pé e arrumado.

- Eu gosto do seu cabelo solto... Por que não usa ele assim mais vezes?

- J-já conversamos sobre isso, Guildmaster.-Disse, desviando o olhar.

A mulher de rosa se aproximou, e por ser mais alta que ele, o olhou de perto, na tentativa de esconder seu rosto, Maya o encarou ainda mais, colocando as mãos na cintura. Com um sorriso vitorioso no rosto, ela se aproximou e o beijou na bochecha. 

Estático, ele sentiu um arrepiou e começou a falar mais ativamente.

- M-mestra, não pode!

Ela sorriu presunçosamente. Acariciou a cabeça dele, que ficou sem reação, e possivelmente mais corado.

- Continue o bom trabalho, Charles. Nos vemos no almoço, sim?

- Claro.- Disse, com toda a sua coragem restante. Ele fez uma reverencia, e depois deu meia volta, caminhando pela Guilda. Ela o observou ir até aos dormitórios, como se estivesse perdido. Sabendo a rotina dele, hoje ele deveria conferir os quadros de Quests. Mas bem, ele poderia fazer isso outra hora.


* * * 




- DESVIA, DESVIA SALLY!- Berrou Ellie.

A Totodile sentiu um arrepio na espinha, e tratou de se virar o mais rápido que pode, mas não foi o suficiente. O Beedrill raivoso acertou de raspão o seu braço, rasgando seu blusão azul. Sally aproveitou a chance de estar atrás dele e chutou, um golpe tão forte que seu pé doeu com o impacto.

O Pokémon guinchou, caindo derrotado no chão.

- Por Arceus! OBRIGADA ELLIE!

Sally andou apressadamente na direção de Ellie, que também derrotara um outro Pokémon, que desapareceu. Ela colocou as mãos na cintura, numa pose de reprovação.

- Você está bem distraída hoje.- Disse, cerrando os olhos.- O que foi?

Sally pareceu se incomodar com a pergunta de Ellie. Parecia invasiva e muito obvia até demais. Sups que, agora que não havia sinal de outros Pokémon por perto, conseguiu relaxar os ombros. O gesto doeu, e colocou a mão na ferida.

- Ai ai!- Reclamou, dando alguns passos para trás.- Nossa, isso doeu. Ei, oque é isso? Tá meio roxo... E... Sangrando...

A garota olhou a própria mão coberta de sangue. Seus olhos arregalaram e tentou falar algo, mas recuou alguns passos para trás, como se tentasse esconder algo da Snivy. Por um tris, Sally não sentiu mais as suas pernas, e sua visão foi falhando. Tombou e caiu no chão.

- Sally!

A jovem de cabelos verdes se agachou, segurando sua cabeça no colo, enquanto os olhos de Sally ameaçam a fechar.

- Eu acho que você foi envenenada. E paralisada. Meu Arceus que dia de sorte...

- Beedrills podem fazer essas duas coisas ao mesmo tempo?!

- Sei lá Sally! Mas olha o seu braço, o que eu faço?!- Disse em desespero, a voz ficando mais aguda.

-E-eu não sei! Mas tá doendo... E não consigo me mexer!- Reclamou, com a boca errada.

- Nós.. não temos mais as Berries para isso... Eu só tenho esse Reviver Seed.

Sally não conseguiu mais falar, apenas abrir a boca e rosnar. Estava brava pela própria ignorância, de ter deixado itens essenciais como esse para trás, apenas para pegar mais itens e vende-los.

- Sally... Por favor, me diz, o que eu faço? Eu posso sair e te deixar com um Reviver Seed, enquanto procuro algum antidoto e-

- N-não sei...- Disse entre os dentes, o corpo começando a tremer.- Vá pegar sozinha as Apples.

- Oque? Não! E se você desmaiar? Voltaremos para a Guilda sem nada e de quebra perdemos itens!

Sally fechou os olhos, sabendo que não mudaria de resposta. Sua teimosia tinha um ponto: quanto mais rápido Ellie pegasse as Apples, sairiam dali a tempo de voltar antes do jantar. O que seria delas de Maya não tivesse as Perfect Apples? Talvez nada. Ou talvez ela chorasse ao vivo, sendo sensível quando o assunto era Perfect Apples.

Não sabia e não queria arriscar seu pescoço, e de quebra, falhar numa simples missão.

Pensando novamente em seu plano, sabia que não era 100% eficaz. E se algum Pokémon visse Sally indefesa e se aproveitasse? Roubasse seus itens ou então dar um golpe final?

Seria sensato dar o seu Reviver Seed  para Sally. Mas e se achasse uma Pecha Berry? Elas mesmo tinham que ter jogado fora algumas delas, por haver muitos outros itens na mochila. Reviver Seeds eram raros e muito caros de se achar, principalmente para Pokémon de seu Rank e com seu número de Dungeons ainda restrita. Tivera sorte de achar um deles até agora.

Ellie deixou o Reviver no colo de Sally. Decidiu que usaria sua Luminous Orb, e com sua Explorer Bagde, tentaria chegar até os itens. Se Sally desmaiasse, teria o Reviver Seed, mas do contrário, se achasse uma Berry-

"Não! Estou enrolando demais tentando achar um jeito! Droga, Sally, eu sei que você não faria isso! Você é muito leal..."

E imediatamente já sabia a resposta.

Olhou para baixo, vendo a respiração de Sally acelerar e a ferida ficar ainda maior. O rasgo da blusa estava cheio de sangue e de um liquido vermelho. Deveria limpar, pois mesmo que Sally se curasse, poderia haver o risco de ficar envenenada de novo. Venenos de Beedrill eram fortes por já estarem na sua forma liquida e entrarem na pela mais rapidamente.

Pegou um spray pequeno, molhando-o o pano extra e se pós a limpar. Seria mais fácil se tirasse a blusa, então puxou devagar a blusa da garota.

Notou que, nos braço infectado, a região ficou num tom roxo, e o corte inchado. Sua respiração acelerou, e tentou pensar no que deveria fazer.

"Sim, eu limparei sua blusa enquanto espero você desmaiar e usar um Reviver Seed. Realmente, a ideia de te ver agoniando é muito boa!"

Ellie já sabia de tudo isso. Mas com seus pensamentos a mil, suando e tremendo, não sabia chegar a uma conclusão concisa. Ficou com raiva, e isso apenas piorou.

Tentou achar outra alternativa. Bateu no rosto de Sally com alguns tapinhas, mas os olhos se fecharam e a cabeça tombou. Sentiu o pulso, e ainda estava viva.

"Droga!! Eu tenho Oran Berries, mas isso só vai atrasar o desmaio dela!"

Mas Ellie também não queria ver Sally esperando para desmaiar. Era sofrido, e via as veias do braço pálido da garota ficando roxas.

"Eu.. só posso esperar. E deixar o reviver Seed com ela. Mas poxa... Ela está sofrendo..."

Sabia que no fundo, deveria dar valor a sua amiga mais do que qualquer um que conhecera. Sua inesperada aparição mudou sua vida, virando-a de cabeça para baixo, e tornando seu sonho realidade: explorar Dungeons. Portanto, não a deixaria de lado.

Sally estava impotente naquele momento. Tão indefesa, que qualquer Pokémon poderia vir e derrota-la, ou até mesmo roubar seus itens.

Deixou o Reviver Seed nas mãos de Sally, e colocou a sua mão livre em cima delas. Com a outra mão, segurou atrás de sua cabeça. E torceu para que não tardasse que Sally acordasse.


*



Enquanto esperava pela angustiado desmaio de Sally, acabou se lembrando de algumas lembranças.

Quando era menor, se lembrava da sua irmã pegando no seu pé para que ela aprendesse os cuidados básicos e primeiro socorros. Era chato no começo, pois não entendia muito, e ao ver alguém sofrendo, ficava em pânico. Ser raptado, por exemplo, é algo que subia em sua cabeça, tão fácil. Mas ver alguém querido sofrendo, era ainda pior.

E que nas horas que ficava sozinha, lia vários livros, e percebeu que, queria conhecer o mundo. Mas teria que lidar com as consequências, e o melhor seria saber lidar com elas. Por isso, aprendeu com afinco tudo que lhe fora ensinado.

Em algum momento da sua vida, ela percebeu que tinha uma pedra, e que tentava guardar de todo modo. Não se lembrava de como ganhou, era como se sempre estivesse ali.

E subitamente, ao tocar sua pedra, sua cabeça começou a girar e girar, um enjoou forte tomou conta e quando percebeu, tudo ficou preto.

"Não! Isso de novo não..."





Era um lugar diferente. Parecia que havia saído dos livros de fantasia, com todas aquelas árvores, construções e aquele pedestal enorme. O céu era de um azul belo, como se não tivesse visto nada disso antes. 

Mas estranhamente, tudo começou a ficar acinzentado.

As pedras que adornavam o chão e faziam terminações inteligentes, era de um mármore claro, porém ficou cinzento. Algumas erva daninhas surgiam por entre as frestas. Os pilares estavam manchados pelo sol, e havia muitas folhas secas no chão, cobrindo parte do caminho. Os degraus, estavam com poeira e  sujos também, com uma camada preta onde havia conexão com outras partes do monumento. Parecia que ninguém visitava esse lugar a muitos anos e anos.

Não sentia o cheiro, calor ou frio, e muito menos a energia das árvores, como quando estivera em Apple Woods.

Sentiu uma sensação estranha em seu estomago, algo como dor de barriga. Sabia que algo estava por vir...

Por um momento, viu a sua irmã, na sua frente, confrontando alguém bem maior que ela, e com uma aura sombria tão forte. Ela estava em desvantagem, e gritava algumas coisas, mas seu oponente- praticamente as sombras- não recebia quase nada de dano. Até que ele desapareceu, os rastros evaporando no ar conforme giravam.

Ela estava exausta, e sua arma fincou no chão, segurando-a de cair totalmente.

- Irmã!- Gritou, correndo na direção dela. 

A outra começou a se erguer. Mas quando tocou seu ombro, sua mão atravessou o nada, e a imagem de sua irma tremeluziu. Não era real.

Atônita, ela quis sair do sonho. Do que adiantava estar ali se não era real?

Ela estava prestes a chorar quando a sombra apareceu novamente, e engoliu as duas por inteiro.





- IRMÃ!-Gritou, voltando a realidade.

Ela tentou se recuperar, medindo a respiração, e não pensar em nada. Mas suor escorreu pelo seu rosto, e começando a misturar com as lágrimas. Ela não se lembrava disso. Poderia ser uma memória? Ou apenas um sonho?

- N-não, não pode ser. Eu sei que... Eu sei que não!- Disse para si mesma, tentando se convencer.

- Heya, Ellie, o soninho tava bom, mas por que cê ta chorando?

Ellie enxugou as lagrimas, se aliviando a escutar a voz de Sally. Olhou para baixo, e percebeu que ela ainda estava deitada no seu colo.

- S-ally? Você está bem?- perguntou, fungando.

- Eu tô ótima na verdade! Uma sonequinha era tudo que eu precisa!- Falou, mostrando um sorriso afiado.- Quanto tempo se passou?

Sally se levantou e espreguiçou os braços, e ofereceu a mão para Ellie, que percebeu que suas pernas estavam dormentes. Com um pouco de esforço, ela se ergueu também, ainda instável.

- Eu não sei. Eu meio que tive um sonho estranho também.

- Que ótimo! Sonhos estranhos me deixam mais animada pro dia a dia, cê não acha?

- Não. Definitivamente não.

- Ah, bom. Tudo bem.- Se conformou, mexendo a cabeça para frente.

- Você está bem mesmo? Digo, não sente algo estranho no seu corpo, como um veneno?

- Que nada! -Disse, olhando para o blusão.- Nossa, isso aqui foi um estrago e tanto! E de todo modo... Obrigada por ter cuidado de mim! Acho que você fez a escolha mais sensata! Valeu mesmo, Ellie. E depois, vou pedir ajuda pra Teresa. Isso aqui não vai arrumar sozinho como nas outras vezes.

- Tudo bem, Sally.- Suspirou pesadamente, abaixando os ombros, que mais pareciam levar tijolos nas costas.- Eu só pensei no que você faria. Acho que você não me deixaria assim.

- É, não mesmo.- Sorriu com carinho, voltando a vestir a blusa.- Você teve um sonho bem doido né? Você me conta no caminho. Vamos correr, se não Charles vai acabar com a gente!

Com um animo revigorado, Ellie concordou, e seguiu Sally, para a ultimas salas da Dungeon.




("Ow me conta ae Ellie, qual cê acha que vai ser o rango de hoje?"

"É serio Sally?")
























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