Archive for julho 2020
Fanart#2 Sir N
#Fanart2
Técnica Utilizada: Arte Digital, line e pintura feitos pelo Krita
Comentário:
"Fiz uma fanart de como imagino o Dugtrio e o Diglett... ERA O QUE EU QUERIA DIZER, MAS EU NÃO IMAGINAVA ELES ASSIM! Quando leio MD ( na real li pouco, tô devendo MUITA leitura ) eu normalmente penso mais nos pokes como pokes, mas resolvi dar uma chance pra um gijinka aqui. Pedi pra um conhecido falar um número pra eu decidir que personagem desenhar e tarã! 2 em 1 ( ou seriam 4? Sei lá. ) fuckers! Eu não sabia bem o que fazer, aí fui desenhando, fazendo pessoas responderem perguntas de 1 ou 3 sem explicar do que se tratava... Foi doido. MAS TÁ AÍ! COM MUITO DESESPERO E AMOR! DESESPERO PORQUE EU NÃO SABIA COMO COMEÇAR! AMOR PORQUE EU CONSEGUI TERMINAR E MANDAR PRA ESSA DIVA AQUI! É isso aí. Por fim, uma piadinha que fiz com um único avaliador da prévia:
"Dia X:
Querido diário, hoje tive que dar uma saída repentina do trabalho junto do meu pai pra resolver uns assuntos familiares... Até aí tudo bem, se ele não fosse um bombado de três cabeças...""
Comentário da Autora:
Mano, eu fiquei tão feliz em receber essa fanart! Eu não esperava por isso!
Obrigada mesmo Sir, você mandou pra mim no Discord e eu fiquei tão empolgada!
Darius e o Dexter não apareceram muito ainda, mas achei a ideia legal. Embora eu acho que não vou fazer ele com 3 cabeças xd
Obrigada mesmo Napo, tô felizona '3'
Capítulo 23: Craggy Coast
A viagem durou um pouco mais que o previsto, deixando alguns integrantes da Guilda ansiosos. Mas para Shimezo, não fez muita diferença.
Quando desembarcaram num lugar quase que inóspito, alguns começaram a sussurrar se este era o lugar certo. Além de vegetação naquela estrada, havia um pequeno banco de madeira gasta pelo tempo. O silêncio era avassalador, enquanto encaram Maya, esperando esta se pronunciar.
- Muito bem. Nada melhor do que uma exploração real, de verdade. Nossa aventura irá começar aqui!
Maya fez uma pose, mas isso apenas os deixou mais apreensivos.
- Exploração de verdade? - Perguntou Heitor, colocando sua mala no chão. - Nós não fazíamos isso?
- Claro que não. - Respondeu a Guildmaster, sorrindo. -Eu falo de entrar num lugar desconhecido! Explorar ele e sairmos do outro lado! Tesouros e conhecimento!
- ... Por algum motivo, eu acho que a Guildmaster deixou a gente no lugar errado...- Sussurrou Jack, o Corpish dando dois passos para trás.
- Estou com saudades de casa. - Disse Louis.
- Eu estou com fome. - Sally comentou alto, colocando as mãos atrás da cabeças, num gesto simples e descontraído. - Me diz, a gente vai montar um acampamento?
- Não. - Maya falou, atraindo a atenção deles. - Iremos separar as equipes e partiremos agora mesmo!
Seguiu outro momento de silêncio. Ninguém iria contestar Maya.
- Vamos apenas revisar as instruções, e seguiremos pelo pátio a nossa frente.
- Pátio? - Perguntou Jack, voltando a aparecer. - Que pátio?
- Esse aqui ó.
Maya rapidamente se moveu, esticou os braços e puxou um grande arbusto. Com um pouco mais de força, ela quebrou os galhos, que não eram finos. Surpreso, o grupo ficou boquiaberto. Uma trilha apareceu diante deles, estando ali o tempo todo. Como ninguém havia visto antes?
- BRUXARIA! - Gritou Sally, agarrando os cabelos. - Ellie, você viu isso??
- Sim.- A Snivy falou pela primeira vez desde que saíram do ônibus. - Bruxaria...
- Hump. Vamos logo. - Falou Alfonse, pegando suas coisas e rapidamente entrou na passagem aberta. Seu grupo o seguiu.
A Guildmaster falou rapidamente as instruções, que já foram ditas antes de chegarem ao local. As equipes se separaram e aos poucos sumiram, entrando na trilha que daria em uma suposta Dungeon. Sally não demorou para ir, se empolgando cada vez mais.
Diferente de Ellie, que apenas seguiu-a, junto de Heitor, sem conversar muito. Parecia pensativa e preferiu ficar um pouco para trás, com mão em sua bolsa.
Alguns minutos depois, a penúltima dupla seguia a trilha, até que depararam com duas entradas discretas da caverna. Parecia se misturar com a paisagem, estando coberta de musgo e plantas.
A dupla era composta por Shimezo e Jack, que deveria atravessar o Craggy Coast e encontrar com o resto da Guilda no outro lado. Assim, seguiriam para a Steam Cave.
Sem se importar muito, Shimezo deixou Jack escolher
entre os dois caminhos disponíveis. Ele apontou para o da direita e foi em sua direção, saltitante. Com um suspiro, Shimezo ajeitou a mala nas costas e partiu ao seu
enlaço.
Antes de seguirem a trilha, Jack havia perguntado a Shimezo se poderia carregar uma câmera, pois queria registrar muitas fotos. Não se importando muito, apenas acenou a cabela e colocou as mãos nos bolsos da bermuda. Não prestou muita atenção ao que estava acontecendo, se movendo apenas quando viu os grupos se dividirem e seguirem por uma trilha.
Sem perder muito tempo, fez o mesmo.
Após alguns minutos de silêncio, o garoto de cabelos laranja perguntou:
- Shimezo, você está contente com essa exploração em Guilda?
- Sim. Uhul.- Respondeu, virando o rosto e olhando para o chão.
- ... Eu não senti muita empolgação, mas tudo bem! Espero que a gente não encontre muito inimigos ali dentro.
- ...É. Iriamos mais rápido.
- Mas também não muito rápido, não é?
- Hum...
- Nunca fui chegado ao combate
sabe? Ao menos que bom que você pode me ajudar na exploração. – E ele segurou
novamente o objeto pendurado em seu pescoço. – Foi caro, mas eu consegui.
- Que bom...
- Você acha que eu trouxe poucos
filmes? Sabe, para salvar as fotos e depois?
- Acho que não.
- Vai sim.
- Hey, você não está mesmo contente por
vir?
- Estou sim. – E balançou os
ombros, como se não ligasse muito.
Desviando de algumas pedras
grandes, Shimezo nunca ficava exatamente ao lado dele. Queria evitar que as
mãos e os ombros se esbarrassem. Mas também, na vantagem de que se ocorresse algum
acidente, estaria ali para puxá-lo. Ou evitar que morresse primeiro.
Como se unisse o útil ao agradável,
ou quase agradável, Croagunk preferiu não dizer muitas coisas, apenas dando
respostas curtas e claras ao seu colega de time. Ele estava tão feliz falando
de suas fotografias, mas quando não lembrava o nome do lugar em que já esteve, ficava
pensativo e lamentou não andar com um álbum de fotos.
- Pena que a Explorer Badge não é
uma câmera. Ela só guarda dados e mostra mapas, nos tele porta. Mas é um avanço
né?
- É sim.
- Shimezo, você não acha que essa
tecnologia iria parar agora né?
- Não...
- Consegue imaginar se eu tiver
uma câmera ainda melhor?!- Disse extasiado. – Eu poderia ter uma definição
muito maior, como se eu pudesse levar parte do lugar comigo! E sem estragar.
- É.
- E se eu conseguisse fazer,
sabe, como se elas pudessem se tele portar para lá só com as minhas fotos?!
Nossa, espero que esse dia chegue!
- Vai chegar.
Agora, de dentro da montanha,
Jack tinha um pouco de dificuldade para tirar fotos.
Havia algumas tochas, como se
para indicar o caminho, mas não sabia até eu ponto.
Subitamente, Shimezo parou e estendeu o braço para frente. impedinto Jack de avançar.
Em questão de segundos, ouviu-se um grande tremor. As pedras do chão começaram a tremer e Jack ouviu um barulho se aproximando cada vez mais.
- O-oque é isso?
- Não se mova.
Ele ficou parado, como ela ordenou. O barulho e o tremor se aproximavam cada vez mais.
Um poderoso Onix que surgia por entre as paredes, espalhando rochas e poeira quando chegou a sala principal. Ele parou por um tempo, vendo aonde estava. Até que seus olhos viram a dupla. Ele era um homem alto, de armadura pesada e um capacete, que ocultava todo o rosto. Ele ficou mudo, encarando a dupla.
Fonte: WhiteVir
- Invasores! - Gritou ele.
- Espero que esteja pronto pra se defender. - Sussurrou Croagunk, disparando em uma linha reta na direção do Onix.
O homem entrou em posição de combate. No momento seguinte, Croagunk saltou na direção dele, que ergueu os braços e se defendeu facilmente.
- Não conheço você! Este é meu território! - Esbravejou ele, irritado.
Sem falar nada, Shimezo apenas aproveitou que ganhou mais altura ao ser bloqueada, pulando novamente. Seu braço começou a brilhar e caiu na direção dele.
O homem sentiu o impacto do Brick Break, afundando no chão com força. Com graça e sutileza, Shimezo deu um salto para trás, esperando a poeira abaixar.
- ...Shimezo? Você está ai? - Perguntou Jack, escondido. - Nossa que ângulo legal, vou tirar fotos.
Ele começou a mirar na direção de Croagunk, que reapareceu.
Assim como o Onix, atrás.
- Shimezo! Atrás de voc-
Antes que percebece, ela golpeou com força, girando o corpo e acertando o rosto do Onix, que foi ao chão.
Shimezo era
muito ágil no combate, usando seus golpes do tipo lutador para imobilizar o oponente, a armadura fraturando. Com dúvidas, Jack sacou sua pistola e foi o mais longe que conseguiu. Ele tinha um pouco de receio de ataques corporais, então tentava
dar auxílio atirando com sua pistola. Poderia invocar uma clava, como havia sido
ensinado, mas tinha receio.
Ele apontou na direção do Onix, mas ao olhar com ateção, viu que já havia sido derrotado. Shimezo se afastou do homem caido, indo para uma outra sala, apenas gesticulando para que Jack a seguisse.
- He-ei! Hey, Shimezo, perai! É seguro??
- Só vem. - Resmungou.
- Você já derrotou ele?? Tão rápido?
- Sim. Vamos.
Perplexo, o Corpish seguiu atrás, olhando para o Onix e correndo mais.
Entrando em uma área diferente,
visualizaram poças de água e até mesmo paredes mais azuladas, um teto iluminado mesmo de dentro da caverna. As tochas não
existiam mais, bem como as pedras e um ambiente mais seco. Era molhado, o que
agradou um pouco mais Jack.
- Nossa, agora eu até consigo
respirar! Você não acha até melhor?
- Sei lá. Você que sabe.
Continuando seu caminho, ele
tirava mais fotos, seja se agachando ou levantando seus braços. Depois daquela adrenalina, na qual sequer lutou, ele conseguiu relaxar um pouco.
Chegou em uma área
com uma inclinação maior, subindo até um pico de dois metros de altura. Ele deitou-se
no chão, silencioso e tirou algumas fotos depois de alguns minutos, que mais
pareciam horas para Shimezo, que esperava de braços cruzados.
Foi quando Croagunk desfez de sua
posição, correndo para a direção dele. Ele não viu o movimento, pois fotografava
o centro do teto da sala, de onde a luz era maior.
De súbito, se assustou quando
sentiu algo pegajoso em seu pescoço. Seu instinto foi proteger a câmera, rolando
e caindo dois metros até o chão, num baque. Quando olhou para cima, viu que
havia um Gastrodon enorme saindo do teto, sua coloração azul e verde o deixando a par do ambiente.
A figura era masculina e tinha uma roupa colada ao corpo, usando um tipo de mascara que cobria parte do rosto. A pouca pele exposta parecia ter um tom amarelo, os cabelos eram verdes musgo e tinham uma espécie de gosma verde fluorescente junto. Ele as notou e parecia surpreso,mas ficou os observando dali.
Fonte: WhiteVir
Houve um tremor, diferente. Esse tremor foi ficando cada vez mais forte, e Gastrodon não conseguiu se manter no teto e caiu.
Shimezo viu uma oportunidade e atacou. Ela surgiu voando quando o Gastrodon caiu, atingindo-o com tanta força com sua mão que o mandou para longe, caindo a metros de Jack. Gastrodon estava derrotado, num único golpe que o nocauteou. Num outro salto, pousou silenciosamente ao lado da sua dupla.
- Que bom que você me salvou!! - Gritou, os olhos ficando úmidos.- HEY, COMO VOCÊ FEZ ISSO? É UMA TÉCNICA?
Shimezo estendeu a mão enluvada, já que a outra estava um pouco gosmenta. Mas pareceu se arrepender e o soltou a mão de Jack, como se temesse o toque.
- Sua mala está aí. – Falou com
um tom frio, escondendo mais o rosto. - Deveríamos nos apressar.
- HEY, é mesmo! Nossa, mil
obrigados Shimezo!
Agarrou sua mala, colocando nas
costas. Limpou a sujeira da roupa e deu alguns passos largos para acompanhar
Shimezo, metros a frente.
- Nossa, nem havia percebido! Você
me salvou de novo. Não poderia ter alguém melhor nessa parte!
Colocando a mão na máscara,
Shimezo disse devagar.
- Até poderia, mas eles não teriam
muita paciência para esperar você tirando fotos.
Corado, ele admitiu seu erro.
Guardou a câmera que por sorte não quebrara, mas estava com um leve amassado em
uma das pontas retangulares. Teria que se forçar a prestar mais atenção e
resistir a tirar algumas fotos.
- Birrr.
Esfregando os braços, Maya tentou
se aquecer. Estavam numa área com baixa pressão, tornando difícil superar o
frio e manter a respiração constante. Charles ofegava devagar, tentando se manter
sua respiração e atenção ao redor. A dupla seguia caminho, mas segundo ele,
estariam perto da saída.
- Acredito que estamos mais perto,
Guildmaster. – Falou, fumaça saindo de sua boca. – Aqui, fique com o meu
casaco.
- Ah, espere. Eu trouxe meu
casaco, só percebi agorinha! Mas obrigada querido.
Ele acenou com a cabeça, apenas
concordando. Maya retirou da mochila um grande casaco cor de rosa e felpudo.
Aquilo atrairia muita atenção.
- Guildmaster, não quer meu paletó?
Pode até não esquentar muito, mas acredito que poderíamos progredir mais rápido.
- Ah, já sei! Você quer o meu não
quer? Verdade, suas roupas podem ser muito uteis para mobilidade. Aqui, fique
com a Clarina.
Clarina, era o nome do grande
casaco rosado. Ele suou frio, mas não questionou as ordens, ou um simples
pedido de Maya. Ela ficou com o paletó, ajeitado as mangas ao seu tamanho, que ficaram quase que na mesma medida
Charles por outro lado, terminou
de abotoar os botões e tentou se mexer. Era um pouco pesado, mas muito confortável.
- Obrigada pela sua generosidade,
Grande Guildmaster. – Agradeceu, o mais cortês possível.
- Você pode me chamar de Maya!
Poxa querido estamos a sós.
- Como desejar.
- Bom, eu adorei seu paletó,
quero usar um igual, mas de um rosa choque! Vai ficar lindo. Agora vamos indo,
sim?
Acenando, ele tentou se mover,
com um pouco de dificuldade. Ele era alto, mas não era de uma musculatura definida
como ela. Quando andava atrás, conseguia ver os músculos das costas dela movendo junto ao paletó, mas tentava não olhar muito. Sentia que seria uma desonra enorme
olhar alguém daquele jeito, ainda mais a sua chefe.
Ao invés de seguirem a trilha
principal, Maya ficava dizendo que sua aventura ali não começaria enquanto não
deixasse de seguir a trilha. Charles a trouxe diversas vezes para o caminho,
mas ela rapidamente se via em outro lugar.
Mas ele não perdeu sua paciência.
Saberia que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde, por isso veio preparado
para tudo. Em sua Explorer Badge, o sinal de Maya estava em rosa, mostrando
aproximadamente a sua posição.
Suspirando pesadamente, começou a sentir calor
com o casaco, então suava frio. Precisaria achá-la rápido, pois segundo
seu relógio, já era de noite.
Em silêncio, Chatot seguiu pelos
corredores, até que trombou com um jovem Dratini, de cor diferente.
Ao invés de
usar azul, suas roupas eram de cor violeta e cabelos amarelados. Era um “shiny”,
um evento extremamente raro. Ele parou e olhou o lugar, seus olhos quase
encontrando com Charles.
Querendo evitar chamar atenção,
se escondeu atrás de uma rocha, torcendo para que ele fosse embora. Charles não queria entrar em um combate de jeito nenhum.
Contou até
duzentos e deu uma espiada. Para seu alívio, ele tinha ido embora. Uma batalha
provavelmente demoraria mais tempo, pois uma vez lutara contra um Dratini que
soube usar a água ao seu favor, deslizando de seus ataques aéreos.
Levantou-se e apressado, olhou na
insígnia em sua mão, percebendo que o sinal rosa não estava mais aparecendo. Começou a suar ainda mais.
- Meu Arceus, Maya, onde está você?
Queria poder voar, ir mais rápido,
mas para isso teria que deixar o casaco parar trás. Não era uma boa ideia.
Amaldiçoando a sua falta de sorte, controlando sua raiva para não pisar duro no
chão, ele continuou com seus passos apressados, o casaco atrasando-o cada vez
mais.
- Não posso pensar nessas coisas.
Preciso achar a Guildmaster. Embora ela teria facilidade para lidar com os
habitantes daqui...
Carggy Coast deixou de ser uma
Dungeon frequentada quando os “Gates” começaram a ser inventados.
Antigamente, alguns Pokémon precisavam atravessar esta caverna ao inves de dar a volta, na crença de que chegariam mais rápido ao outro lado. Por isso existia algumas trilhas, mas estas foram em sua maioria, apagadas devido a instabilidade da Dungeon.
Assim, podendo se teleportar, era muito mais fácil para os exploradores. Alguns diziam ter visto um vilarejo do outro lado, outros diziam apenas ter visto um pátio de árvores frutíferas. Charles nunca havia estado ali antes, então pensou em qual das opções poderia ser. E se fosse um vilarejo? Quem seriam os habitantes?
- Eu nunca havia visto um Dratini shiny antes. E se ele for do vilarejo? Ou apenas... Um Pokémon da Dungeon?
Foi quando ouviu um gemido, não
muito longe. Temendo pelo pior, tentou localizar de onde vinha o som, se
aproximando mais e mais, o coração acelerado e tentando não pensar no pior. E se fosse Maya?
Ouvi-se um grito, antes que
pensasse, se viu correndo na direção do mesmo, fazendo poeira no chão quando
recuou para trás.
A frente, dois grandes Pokémon
cercaram um menor. Se tratava de um Kingler e um Sealo ameaçando um pequeno
Dratini, de cor diferenciada.
“O que é isso? O que está
havendo? “
- Vamos, garoto! É melhor você
sumir daqui. Não quero você na minha área.
- Mas eu vivi aqui a minha vida inteira!!
– Implorou. - Por favor, só quero ir pra casa.
- Você nem deveria ter vindo! Não
ouviu sua mãe que essa Dungeon está cheia de ladrões?
- M-me desculpe! Vou indo! – Respondeu o garoto, se levantando do chão.
A dupla do mal não abriu passagem, voltando a empurra-lo. Ele parecia querer chorar, seu corpo todo tremendo. Charles viu aquilo de relance, pensando no que deveria fazer.
"Eu não sou a Maya... Mas o que ela faria? Com certeza pular em frente deles... Mas... "
- ... Ehe. Some daqui, pivete.
Sem pensar duas vezes, o menino correu o mais rápido que pode, sumindo de vista.
- Heh, crianças acreditam em
tudo.- Falou Sealo, um homem rechonchudo e de braços fortes.- Vamos segui-lo e descobrir aonde aquele vilarejo fica.
Elecuspiu no chão, estava
muito impaciente e não parava de mexer em seus bigodes.
- Que saco, QUE SACO. - Gritou o Kingler, um homem de armadura laranja. - Você não
sabe arranjar coisa mais fácil?! Você ouviu rumores daquela velha bruxa, agora
estamos aqui desde ontem! E se não tiver tesouro?
- Como você é um saco. Que saco.
Se quiser vai embora, mas vai ser tudo meu.
- E como vai passar pelos guardiões?
Já pensou se eles são Dragonites? E se mandarem vigias atrás da gente?
"Guardiões?" - Pensou Charles. "Que Guardiões?"
O outro homem nem pareceu
escutar. Estava feliz pensando em achar um baú de joias e moedas, pensando
que não teria que fazer esforço algum em sua vida depois disso.
O outro homem falou que só iria acompanhá-lo,
mas se não desse certo, o abandonaria. O outro não ligou, apenas correu para
seguir a criança.
Mas uma dúvida veio, em seu
coração. Se as ações deles poderiam desencadear algo maior que prejudicasse
toda a Guilda. Isso deveria ser seu trabalho, saber cuidar de sua Guilda, mesmo
não estando dentro dela, mas junto aos integrantes. Sim.
Então se levantou, mas o casaco o
impediu. Suspirou, querendo livrar-se, mas Maya o havia dado. Sentiu o cheiro
do perfume dela, e se acalmou instantaneamente. Precisaria de foco!
- Como ela conseguiu levar isso?
Eu nunca vou saber...
Conformado, apenas seguiu os homens,
mantendo uma distância favorável. Seus passos eram muito leves, quase não tendo
barulho, pois só andava quando eles andavam e assim descobrindo facilmente o
ritmo. Se escondeu atrás de uma rocha.
Mas a área foi ficando cada vez
mais limpa, sem pedras os vestígios que o ocultassem. Não queria arranjar
briga, mas teria que pensar algo para atrai-los.
“Se eu os atraísse, poderia
bajular eles. Poderia ser um policial com um grande casaco rosa! Não
definitivamente não. E se e jogasse o casaco neles? Não, isso sujaria e seria difícil
de limpar. Se Maya estivesse aqui, talvez conseguíssemos juntos.”
Colocou a mão na testa, se forçando
a pensar mais. O que ele poderia fazer?
- Shimezo, você acha que estamos
perto? Não sei aonde estamos.
- Talvez.
- E se estiver escuro lá fora?
- O montamos um acampamento. Ou teríamos sorte se já tivessem montado. Podemos caçar alguém...
- Credo! Não... Eu trouxe lanches. E estou com fome agora. Você quer
parar e lanchar?
- Não, valeu.
Jack levou sua mão no estomago, que
roncou alto. Shimezo não diminuiu seu ritmo, estando sempre alerta e a postos.
Ele pegou sua câmera e em
silencio, viu as fotos que havia tirado. Shimezo aparecia em algumas, com o
rosto coberto, face neutra e olhos distantes. Eles se não conheciam há muito tempo, então
se perguntou se deveria se aproximar mais, mas ela parecia muito fria. Na
verdade, não sabia dizer se era ela ou ele, mas entendia que não deveria
abordar o assunto.
- Mas, hey, Shimezo, você não se
cansa? – Disse devagar, sempre pensando que pronomes e palavras a serem ditas.
Não sabia como deveria se referir, mas tinha medo de perguntar. Por isso
tentava manter tudo na neutralidade.
Poderia ter dito, "Mas você não
fica cansada? Ou cansado?" Talvez nem se importasse, ou talvez sim e escondesse no
fundo. Não queria ter alguém que tivesse raiva ou mágoa dele, principalmente na Guilda.
- Não. Acho que devemos estar
perto.
- Você deve saber dessas coisas
né! Chegar rápido nos lugares e pegar atalhos.
Croagunk se virou, olhando-o com
atenção. Isso o intimidou.
- Por que diz isso?
- A-ah.. É que, você parece... Com aqueles ninjas que li em quadrinhos uma vez...
- Só por isso?
- Você é misterioso.
- H-hey, me desculpa! Não quis te
ofender.
Shimezo se aproximou, encarando-o
como se fosse julgar Jack por algo ruim. Ele se arrependeu de ter dito.
- Você se incomoda por eu não ter
um gênero definido?
- N-não! Me desculpe!
- Escute com atenção. Eu não
tenho um gênero definido, e isso não deveria os atrapalhar. Se você tem dúvidas
na hora de se referir a mim, pergunte.
Ele assentiu, tirando as mãos da
boca.
- Como eu posso me referir a você?
- Eu nasci menina. – Falou,
franca. - Isso é fato, mas não gosto de seguir os padrões, gosto de coisas neutras.
E nem pareço fisicamente com fêmeas, nem tão pouco com machos. Você pode me
referir como garota, não há problema.
- H-hey, me desculpa, não quis te
ofender! De verdade! E não quis perguntar para não te ofender... <
Mas acabei
ofendendo...
- Tudo bem. – Concluiu, acenando
com a cabeça. - Assunto resolvido, vamos indo.
Ela se virou, voltando a colocar o
pano em seu rosto, seguindo em frente.
Algo em Corpfish o acalmou
espiritualmente, mas seu coração estava acelerado. Shimezo era alguém de poucas
palavras, pensou que ela era apática e alguém sem sentimentos. Mas lidou
rapidamente com seus problemas, seguindo em frente.
Se sentiu especial. Não sabia se
ela havia falado isso para alguém, e se sequer tivesse tirado sua bandana mostrando
seu rosto para alguém. Mesmo nas refeições.
Com um certo vigor renovado, ele
correu para alcança-la.
Notas da Autora#23
Aeeee mais um capítulo! Recorde do mês, parabéns aos envolvidos!
E olha só, um capítulo com dois personagens diferentes do que estou habituada a escrever, então espero que tenham gostado.
---Spoiler----
Olha só, eu acabei fazendo dois desenhos bem rápidos, não ficaram aquela coisa mas acredito que já é algo.
Se bem que eu poderia desenhar os personagens também né. Humm...
Eu acabei colocando Shimezo e Jack, e Maya e Charles. Acho que ficou um capítulo um pouco maior que os anteriores, mas gostei dele. Vamos ver o que vem no próximo!
Minhas aulas acabaram, mas eu preciso me dedicar as minhas coisas como projetos pessoais e o TCC. Ainda sim peguei um tempinho hoje e escrevi, posso dizer que é uma vitória para mim. De pouco em pouco eu chego lá, creio xd
É isso, obrigada por terem lido e boa semana pra vocês!
Capítulo 22: Preparações para a Steam Cave
Heitor acordou feliz. Tão feliz que passou mais tempo no
banheiro que na mesa do café da manhã, e sequer havia arrumando suas
bagagens.
Passou a maior parte da manhã escrevendo pilhas de cartas para sua mãe e irmãos
sobre sua primeira grande exploração junto a guilda, as mãos tremendo de excitação.
Ele gostava de escrever anotações no seu singelo diário.
Ele gostava de escrever anotações no seu singelo diário.
- Poxa vida, poxa vida! Não posso me atrasar, não hoje!
Com muita pressa, foi colocando tudo o que via pela frente,
pegando desde coisas úteis a bugigangas que deixava espalhadas pelo chão. Tentou
fechar o botão da mochila, que estava cheia, mas não conseguiu. Tentando
novamente, pulou em cima na ideia de amassar suas coisas, e quando achou que conseguiria,
caiu da cama direto para o chão.
- Ouch! Nossa, isso doeu! Poxa malinha, oque eu te fiz?
Acariciando a sua nuca, se levantou e arrumou sua roupa, que
estava fora do lugar. Suspirou e começou a arrumar a mala, tirando tudo e deixando
em sua cama.
- Escova de dentes, toalha, chinelo, xampu, cobertor, lanterna...
Quando se sentou na cama, sentiu que algo faltava. Foi
quando ouviu um estrondo, alguém arrebentando a sua porta do quarto e ele
voltou a cair no chão.
- HOY, Heitor! Você vai perder o café da manhã! – Gritou
Louis, pisando duro no chão.
Quando o grande home se aproximou, acabou esmagando um pedaço de plástico,
ouvido um creck.
Assustado, Heitor se aproximou e ao ver, ficou arrasado.
Era uma pequena escultura a feita pela sua irmã mais velha, um item de
alto valor sentimental. Começou a chorar, reunindo as partes quebradas, como se
tentasse colar, mas sem sucesso.
Louis era orgulhoso demais para admitir que errou. Ficou
parado, vendo o Heitor começar a chorar como uma criança e se irritou.
- Ei, moleque! Me escuta aqui! – Falou, sua figura parecendo
ainda maior diante do pequeno Bidoof abaixado.
- M-me desculpe!!- Ele disse, se abraçando no chão e
encolhendo.
- Moleque, não deixe suas coisas espalhadas!! Estamos de
saída! Não me faça voltar aqui.
Ele saiu e bateu a porta com força. Assustado, Heitor deixou
seu bem debaixo do seu travesseiro e pegou rapidamente as coisas que faltavam,
entre elas, alguns lanches já prontos e alguns doces. Ainda com lágrimas ofuscando
sua visão e o pequeno coração acelerado, ele colocou a mala nas costas e fungou.
Com mais vontade de chorar, ele mordeu os lábios e tentou
juntar tudo nos seus braços pequenos e colocou devagar na cama. Seu coração
estava a mil e enxugou as lágrimas.
- Poxa vida... O dia começou difícil...Sniff.
Pegando um lencinho, assou o nariz e jogou no lixo. Ele
respirou fundo e abriu a porta, ouvindo um burburinho no salão. Quando trancou
a porta, sentiu alguém esbarrando em sua mala e quase perdeu o equilíbrio.
- Ei, cuidado por onde você anda! – Grunhiu Jim, o Zubat,
novo integrante da guilda.
- M-Mil perdões! Eu não vi...
- Humpf.
Zubat continuou a andar, seu cabelo longo ocultando sua face
e ele colocou as mãos nos bolsos da calça. Levava uma sacola simples nas costas,
que parecia estar até muito leve.
Bidoof pensou em desejar um bom dia, como sua mãe lhe
ensinara. Mas havia um certo receio em dizer para alguém mal-humorado. Mas
também tinha medo de não tentar e se arrepender muito depois. Reuniu sua
coragem e falou, um pouco atrapalhado.
O Zubat pareceu não ligar, andando mais alguns passos. Heitor
estava soterrado pelas próprias coisas, quase não conseguindo respirar. Tentou pedir
ajuda, mas nem conseguiu falar.
Alfonse fez uma cara de deboche, movendo os ombros como se
não se importasse. Tom, que estava ali parado decidiu pegar o braço do Bidoof quando
este tentou se levantar.
- N-nossa, muito obrigado!! Eu não sei se eu conseguiria
levantar sozinho...
Tom acenou com a cabeça e voltou a andar quando seu líder seguiu
em frente. Quando sumiram do corredor, suspirou aliviado e colocou as mãos nos
joelhos.
- Poxa, que susto eu tomei...
Quando terminou de arrumar a mala, depois de tantas vezes,
alguém bateu em sua porta. Se assustou facilmente, achando que poderia ser Louis
com sua ira de sobra.
Sally abriu a porta e rapidamente empilhou os itens úteis,
como separar a comida das roupas e de alguns equipamentos de exploração. Ela
arqueou as sobrancelhas quando viu alguns bonecos e chinelo.
- Nossa, achei que não íamos precisar de tudo isso.
- É que... Sabe, não saio muito em Dungeons, então as
vezes... Eu meio que não sei o que levar. - Comentou, enrubescido.
- Ah, tudo bem, eu te ajudo! É bem simples depois que você
pega o jeito.
A Totodile se animou, separando os objetos e com uma
velocidade incrível, montou uma pequena pilha na cama. Antes mesmo que
esperasse, ela colocou tudo em ordem na sua mala.
- N-nossa, como você ficou rápida nisso??
- Ah, a Ellie me obrigou. Ficamos a semana inteira pensando
em algo assim! Eu voltava super cansada das missões, mas ela me forçou a fazer
isso. Foi até bom, pude te ajudar!
- Q-que demais!!
Sally fechou a mala dele e pegou na alça, entregando a ele. Quando
pegou percebeu que estava muito mais leve que antes.
- O que você pegou afinal?
- Ah, bom, o que eu geralmente uso sabe? Em explorações
assim não podemos exigir muito, mas Maya falou que haverá algumas paradas. Quem
sabe a gente entre num spa com água!
- Ué. Existe outro tipo de... Spa? Não tinha só os de água quente?
Sally levou a mão no estomago, rindo das memórias daquele
dia. Já havia se passados algumas semanas, não sabia ao certo, era ruim em
lembrar datas. Sem perder mais tempo, ela se recompôs e ambos foram até o salão
principal.
Ellie acenou para eles assim que chegaram, sinalizando para se reunirem ali. Ela carregava a mesma bolsa casual de explorador e uma pequena bolsa rosa, batia os pés no chão e parecia estar brava, pois cruzou os braços.
Bidoof sentiu uma leve culpa em seu interior, por atrasar
seus colegas e por nem ter tomado café da manhã. Abriu a boca para dizer com os
lábios tremendo levemente.
- Ah... É que eu-
- Ah, relaxa Ellie! Ele tá super animado pra ir com a gente
que esqueceu das horas! Mas tudo bem, vamos indo agora, certo? - Ela colocou a mão no ombro dele, sorrindo.
- Bom, tudo bem então.
Ellie se virou com o semblante sério, mas voltou para trás e
esticou a sacola para ele. Surpreso, ele perguntou o que poderia ser. Sentiu um aroma
doce e fresco.
- São algumas das panquecas que pegamos pra você, junto com
maçãs. Não é bom ficar sem comer sabia?
A caravana que os esperava era muito grande, para mais de
vinte Pokémon. Era colorida e tinha o logo de alguns Pokémon estampados, vindo de uma
companhia de Staraptors e outros dos tipos voadores, sinalizando segurança e
velocidade. O motorista esperava do ado de fora, sendo um Electabuzz, vestido com
roupa social e tendo por volta dos quarenta anos de idade, de semblante
tranquilo.
Maya e Charles conduziam os integrantes da Guilda, alguns
mais animados, outros sem uma reação específica como a Shimezo. Sally e Ellie
foram as penúltimas da fila, ficando para trás Louis e Dexter, para fechar os
portões da ilha.
- ...É, acho que sim.
Ellie esperava com braços cruzados, sua mala começando a pesar
um pouco em seus ombros devido a espera, mas logo cada um dos membros foram
subindo e desaparecendo dentro do ônibus.
Ela esperava mais atrás, na fila. Bufou e fechou os olhos.
E ouviu alguém a chamando. Olhou para os lados e viu que o pessoal da Guila estava longe, tudo num piscar de olhos. Assim que se virou para trás, viu alguém encapuzado, parado na escadaria.
Por instinto, ele assumiu uma posição de batalha, sentindo um arrepio ao encarar o vulto.
- Com licença, quem é você?
- Eu preciso que você segure isto. Me pediram para entregar para você.
O vulto se aproximou e ele sacou uma lâmina de folha de seu braço. Parado, o vulto estendeu a mão com a palma para frente, sinalizando que parasse.
- Paz. Irei deixar isso aqui.
Ellie ficou irritada, pois não conseguia ver o rosto do Pokémon, não soube identificá-lo. Prestou atenção na postura e na mão, pensando se seria alguém conhecido. As mãos tinha cicatrizes, a voz era cansada. Pela forma do corpo, deveria ser alguém forte, pensou.
"Eu deveria iniciar um combate?" pensou Ellie.
Antes que avançasse, a criatura deixou um item o chão e partiu, na direção da praia.
- ...Que?
Ellie se virou e não havia nada. O vulto cinzento sumiu.
Pasma, ela olhou para todos os lados na tentativa de acha-lo. Mas não obteve sucesso.
Com o coração acelerado, a jovem voltou para perto da Guilda onde estava o objeto no chão. Quase berrou.
- Não pode ser!
Ela se agachou e pegou rapidamente, escondendo em suas mãos. Começou a suar frio, ainda mais incrédula.
"Como? Não é possível..."
- Oii! Ellie!
Abrupatamente ela girou a cabeça, assutou Sally que quase gritou.
- Ei! Calma! Só vim te chamar.
A garota de cabelos verdes pegou sua mochila e jogou o objeto, não deixando Sally ver. Atrás da Totodile havia também Heitor, o jovem Bidoof que estava curioso ao olhar para ela.
"Respire Ellie. Respire..."
"E depois pense em uma resposta plausível para eles."
- ...Ah. Eu achei que tivesse esquecido algo... Então pensei em voltar para a Guilda....
- Mas a Guilda não está fechada? - Perguntou Heitor.
"Droga. Pense em algo."
- Sim. Pensei apenas em olhar ao redor, pode ter caído. - Respondeu ríspida, fechando a bolsa e tirando poeira do joelho.
- Vamos. Seremos os últimos! - Sally falou, sorrindo e pegando o antebraço do Heitor.
Ela olhou para trás por um momento e falou sem emitir voz: Conversamos depois.
Maya e Charles subiram e tomaram seus acentos na frente, um
pouco distante deles, que estavam no meio. Ellie olhou de relance o único lugar disponível e pensou quais pessoas faltavam. Ao descobrir a resposta, segurou sua raiva, se sentou. Fechou os olhos com força.
"Arceus. Não me faça surtar hoje."
Sentiu que alguém sentou ao seu lado, pois seu banco de elevou.
Abriu os olhos devagar, vendo uma nova figura ficar ao seu
lado. Era Alfonse, o Skuntank que havia arranjado problemas com Sally antes. Rapidamente fechou
a cara, olhando para a janela, se apoiando com os cotovelos no vão.
Suspirou alto, atraindo a atenção dele.
- Acho que vou me sentar aqui. - Falou ele, afirmando
Ele era largo, quase que seus cotovelos chegavam perto dos
braços de Ellie. Arrumou o assento, que foi para trás deitando-se e fechou os olhos. A Snivy pareceu não se importar mais e ficou quieta. Sally a encarava
com certo receio, mas sinalizou como se dissesse: está tudo bem, tomarei cuidado.
Havia um certo burburinho, até que Maya se levantou e se
apoiou em um dos lugares.
- Vocês estão animados, certo pessoal?
Dos que estavam mais animados, levantaram o braço e
responderam com um grande “SIM!”. Era a turma do fundo, atrás de Ellie. Sally estava entre eles, possivelmente causando algo.
Ellie abriu os olhos e prestou atenção.
- Vou dizer algumas coisas, antes de irmos. O lugar se chama
Craggy Coast, é uma passagem pelas montanhas que nos levará a uma floresta pouco
explorada. Alguns dizem que é perigoso se você for muito a fundo, talvez haja
até vilarejos escondidos!
Animada, ela continuou a dizer.
- E depois disso eu não sei, vou deixar tudo com Charles.
- OQUE? – Disseram coletivamente.
- Está tudo bem gente! O nosso querido motorista vem nos
buscar daqui a uns nove dias, então acho que temos tempo! Não é Charles?
- Acredito que sim, Guildmaster. – E ele se levantou, com a
prancheta nos braços. – Eu cuidarei desses detalhes triviais. Deveríamos ir e
não perder tempo.
Voltando a sentar, Maya desejou uma boa viajem a
todos. O motorista subiu no ônibus e fechou a porta com um leve baque. Sentou-se
em sua cabine e ligou o veículo, que tremeu e começou a se mover.
- Achei que iriamos usar a Explorer Badge para algum lugar
perto. – Disse Sunflora, sentada com Louis.
- Cortaria gastos sim, mas Charles preferiu alugar uma
caravana e garantir que todos nós chegássemos juntos.
- Ué, os portais das Explorer Bagdes não funcionariam na
nossa Guilda? - Perguntou Sally,
- Como é uma região pouco frequentada nessa época do ano, os
portais ainda estão sendo testados para o turismo na próxima temporada. – Respondeu
ele, cruzando os braços.
- Ah, é? Achei que eles queriam todos juntinhos, que nem eu
e você, L o u i s.
Ele fechou a cara, olhando para a janela, como se desviando do
comentário da Sunflora. Um leve rubor apareceu em seu rosto, e ele se perguntou por
que se deveu ao trabalho de responder aquela pergunta.
No meio do ônibus, a jovem Riolu segurava uma caneta e uma
lista e conferia os nomes com Alice, se haviam pegado todos os ingredientes.
- Pimenta do Reino? Oran Berries?
- Confere.
- Molho se Sitrus Berry, raspadas de Lecha Berry, palitos
para espetinhos, sal, açúcar, farinha, confere?
- Sim, sim, sim, sim, sim e sim de novo. – Disse, movendo a
cabeça para baixo a cada vez que dizia as palavras. – Mas ainda tenho a
sensação de estar esquecendo algo, você não acha?
Alice terminou de verificar alguns dos pacotes que tinha
guardado no compartimento acima delas, com seus poderes psíquicos. Ela se
sentou e suspirou, tirando seu chapéu de cozinheira.
- Tudo bem, nós usaremos o que estivermos levando.
- ...Ainda não me acostumei com você não usando seu chapéu...- Disse a Riolu, suspirando. – É como se fosse outra pessoa.
Passado algum tempo, Ellie não conseguia para de pensar, sua mente a mil. Ao seu lado havia Alfonse, olhando para o teto e de fones de ouvido, o que era um problema a menos.
Nisso, ela se concentrou em buscar em suas memórias algo que fizesse sentido. Haveria horas para pensar nisso, então pensou em usa-las da melhor maneira possível.
- ... Onde? Quando? Eu não chego a resposta alguma... - Susurrou para si mesma.
- OW!! - Gritou Sally.- Minha gente, vocês não
sabem!
Disse a garota de cabelos azuis ficando em pé, chamando a atenção de todos que pararam para ouvi-la. – Ou talvez vocês sabem, mas olha, EU NÃO SABIA QUE
IA TER UMA BARRACA SÓ DE FOGOS DE ARTIFÍCIO. E a gente pode se inscrever para
dançar também? Nossa, eu tô muito a fim de passar vergonha!
- Nossa, é sério Sally? Você
não fica tímida não? – Perguntou a Riolu.
- QUE NADA! Vou em busca da
humilhação. Hahahaha!
A maioria acabou rindo junto
do comentário também, até que ela começou a dizer novamente.
- ... Se bem que... É capaz né? Eu acho que seria legal se tivesse alguém que ensinasse a gente a dançar!
Mas nem sei por onde começar...
- Ouvi dizer que haverá algumas
novas dançarinas e dançarinos diferentes nesse ano! Será que vai ser algo
costumeiro ou algo novo? - Perguntou Sunflora, cruzando as pernas e sorrindo.
- Eu queria um show de Rock. – Falou Louis, deitando-se para trás. – Música tradicional é um pouco
entediante.
- E eu queria um show de POP. Há
algumas novas bandas, seria legal se elas tocassem por aqui.
Sally percebeu que os membros
acabaram se exaltando, falando de como seria um festival grande. Nunca havia
estado em um, ou pelo menos não se lembrava de estar em um. Se perguntava mesmo
como seria, não deixando de estar ansiosa. Até que alguém perguntou, quando a
conversa estava quase no fim.
- Ei, Sally. – Perguntou o
Digglet, não muito longe. – Aonde você morava não tinha essas coisas?
Ela ficou em silencio, e isso
atraiu a tenção de todos que estavam ali, acordados.
"... Ah mano."
Começou a suar frio.
Antes, ficava imaginando se eles não fariam muitas perguntas, mas nem lembrava
mais o que havia dito sobre. Talvez não soubessem que ela havia perdido a
memória e ainda não havia vestígios de recuperação delas.
- Você não sente saudades de casa? - Perguntou Heitor, ao seu lado.
Outro baque para ela, que quase se abalou pela pergunta.
- A-ah, não muito. Eu acabei descobrindo que aqui era bem
mais divertido!
- Mas de onde você veio mesmo? – Subitamente perguntou
Skuntank, com um leve sorriso no rosto. – Sabe me dizer?
Atrás dele, seus dois companheiros de time deram uma leve
risada.
"Desgraçado."
- Ela veio de um vilarejo próximo a Lake Afair. É bem longe
daqui. – Respondeu, abrindo um olho. – E eu agradeceria se vocês falassem um
pouco mais baixo.
Suspirando de alívio, Alfonse deu uma última olhada para ela
antes de voltar a deitar. Sally respirou fundo, vendo que até mesmo Heitor se
aquietou e ao se apoiar na janela, ficou sonolento. Decidiu fazer a mesma
coisa, tentando dormir.