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Notas da Autora#18




AHA NÃO CONTAVAM COMIGO AQUI ANTES DESSE ANO NOVO. AHA!
Faltando agora umas pouas horas pro ano novo, eu não vou deixar mensagem nova. Afinal, vocês devem receber muitas mensagens do seus grupos de família no Whatsapp. Logo, eu também não bolei nenhum discurso.





Mas é isso, vamos falar do capítulo. 





Acabei dedicando muito tempo nele. Tentando refinar, escrever melhor. Mas deu no que deu. Bom ou ruim, eu escrevi com afinco.

Acabei interagindo mais com Croagunk. Ela/Ele, ainda não decidi qual gênero e sexo definir. Talvez eu não defina também. Acabou por ser um Pokémon tímido, um pouco rude, mas que no final, sempre se preocupa com os outros (ou em salvar a sua pele?). Seu pai é um Sawk. Bom, ao menos acho que deu pra entender. XD

Na parte de Ellie, acabou por sendo algo de ultima hora. Mas gostei. Os irmãos KLO são importantes, e acho que não deveriam ficar só no inicio da história. A mãe deles é uma Mightyena Shiny. Eu gosto de Pokémon Shiny, mas talvez não é todo mundo que goste né?

E acabou sendo por isso. Gostei de fazer algo diferente, que pode ocorrer coisas parecidas nos próximos capítulos. *DUNGEON INTENSIFIQUES*




Enfim, gostaria de dizer um bom ano novo. Yey.

Até a próxima!



Capitulo 18: Meia Noite





- Sally, eu não quero explorar hoje.

E foi com essas palavras que Sally levou um susto, pela primeira vez há um bom tempo.

Sally era energética, não aguentando ficar parada por muito tempo. Estava acostumada com as surpresas das Dungeons que frequentava, e até mesmo se sentia cansada por explorar o mesmo lugar várias e várias vezes, salvando Pokémon, achando itens. Ela realmente queria partir para uma ação maior.

- Ué, por que?

A Totodile se virou, segurando sua mochila nas mãos, como se estivesse ansiosa demais para começar o dia.

- Eu simplesmente... Não estou com vontade.- Respondeu.- Fizemos outras Quests até nesse fim de semana e eu estou exausta.

A garota de cabelos verdes falou, como se não houvesse animo em sua voz. Olhando mais atentamente, Sally viu um traço de baixo dos olhos da Snivy, um pouco escuros. Talvez ela não tivesse ido dormir bem noite passada, afinal. Ou simplesmente tivera sido uma semana bem cansativa para Ellie, emocionalmente.

- Sabia que sete dias trabalhando sem descanso faz mal?- Ela disse, se enrolando no cobertor.- Eu acho que vou fazer fotossíntese mais tarde, ainda não é nem nove horas.

- Somos favorecidas por poder trabalhar as oito horas da manhã.- Disse Sally, deixando a mochila na cama e se alongando.- Parece que as pessoas até acordam de bom humor.

- Menos o Louis.- E Ellie reprimiu um riso.

- É, menos o Louis.- Sally concordou, não deixando de sorrir ao se lembrar do Loudred, que gritava praticamente todas as manhãs depois das oito e dez.

Ele era tão rigoroso nas tarefas quanto Charles. Sempre era o primeiro a acordar e o ultimo a dormir, conferindo as tarefas, como segurança (que ele mesmo projetou) e o portão. Apesar do semblante sério, Sally sentia vontade de rir ao ver um Pokémon daqueles ser tão rígido. Havia conhecido um Whishmur semana passada tão alegre que se perguntou se espécies de Pokémon não teriam similaridades, como sempre serem sorridentes e alegres. Aparentemente não.

- Ei, hum, então eu direi ao Charles que eu faço trabalho dobrado hoje. Certo?

- Queria ter essa vontade hoje.- Disse Ellie, baixinho.



*



Sally fez sua rotina normalmente.

Mas notou que, não era apenas Ellie que estava desmotivada hoje.

Heitor estava distraído, mas de cabeça baixa, como se olhasse o chão e para nada mais. Quando trombou em Louis, o Loudred não gritou com o jovem Bidoof como sempre fazia. Apenas murmurou algo e saiu, trancando-se na sua sala.

Viu Teresa, a mulher Sunflora que com seu avental, saiu da Guilda sem sorrir. Até mesmo o jovem Corpfish, que com sua estatura alta e magra, não falava mais sua tipica frase "Hey hey hey", para qualquer vez que se misturava em conversas com outros exploradores que ficavam no segundo andar, pegando missões.

Terminado seu café da manhã, Sally concluiu até mesmo que a cozinheira Alycia e sua nova assistente, Cailynn, estavam desanimadas. Mesmo sendo a primeira semana da Riolu, ela estava com uma face amuada, como se tivesse comido pão molhado.

Sally não sabe o que levou a esse pensamento, mas achou engraçado juntar pão e água.

"Comer separado deve ser até bom, mas pão molhado ninguém merece né?"

Saindo da cozinha e indo para o salão, conseguiu ouvir seus próprios passos de tão silencioso que o lugar estava. Não havia Pokémon passando por ali, nem mesmo para a pequena tenda de Shimezo, que esboçava sua reação todos o dias, a mesma. Não sabia dizer se estava feliz, triste ou preocupada. Isso dava arrepios em Sally, por não saber ler reações de alguém.

A tenda de Croagunk era similar aquelas tendas como Treasure Town havendo um formato do rosto do Pokémon que atuava naquele lugar. Era um ambiente um pouco escuro, com varias prateleiras e potes (sabe-lá o que tinha dentro), outras caixas, e itens que Sally nunca tinha visto e reparado até o momento. No centro, havia um caldeirão com um liquido verde dentro, soltando bolhas pesadas que se desfaziam no ar, soltando um liquido verde e gosmento. Mas o cheiro não era ruim, ao menos.

A jovem tentou se aproximar da Croagunk, que apenas a olhou, virando sua cabeça devagar enquanto mexia em seu caldeirão. Ela piscou lentamente, como se fosse um sinal para a Totodile dizer algo.

A Totodile então se sentou em um dos bancos, e moveu sua mochila para o balcão. Remexeu sua mala, nos vários zypers e bolsos até achar um item novo, que ela mesma não sabia para que servia. Era uma especie de placa esverdeada, que continha algumas estranhas palavras, em forma de Unows.

A Croagunk pareceu se interessar por um momento, parando de mexer a colher do seu caldeirão e ficando a frente de Sally. Como se fosse um predador,  com olhos brilhantes e o corpo parado. Sua bandana escondia metade de seu rosto, e havia um sorriso como estampa. Sally não se sentiu ameaçada, afinal sabia que Shimezo não faria nada demais. Provavelmente.

- Posso pegar?- Disse o Pokémon do tipo veneno, por entre a sua bandana.

- É claro.-E ofereceu o item.- Você sabe pra que ele serve?

Shimezo começou a analisar, levantando o objeto até a luz, dando alguns petelecos e por fim começou a ler.

- É um Bulbasaur Claw.

- O que isso quer dizer?- Perguntou, segurando a cadeira mais fortemente.

- É um item que aumenta o seu ataque moderadamente.- Disse rapidamente.- Eu sei que há de diversos Pokémon. Se você não é um Bulbasaur, não servirá de muita coisa.- E devolveu a Sally.

- O que eu posso fazer com isso? Já que... Não sou um Bulbasaur?

- Você pode vender para mim, como para qualquer outra loja que aceitar comprar esse item. Ou então trocar com outros aventureiros. Você não é a primeira que tem esse problema.- Suas falas eram rápidas e apressadas, como se tivesse algo a ser feito, e para agora. Até mesmo seus gestos com as mãos eram rápido e precisos.

- Hum... Não tem um jeito de repente anunciar todos os itens que não queremos e o Pokemon interessado entrar em contato com a gente?

- Bom, há um modo.- Respondeu, abanando os ombros.- Existe um meio.

Por alguma razão, essa frase deu calafrios a Sally.



* * *


Ellie conseguiu por fim se levantar da cama. Não usou mais os cobertores, pois tamanho era o sol que entrada pela janela que sequer precisou se esquentar. Se sentiu bem depois de mais algumas horas de descanso, a ponto de se espreguiçar e sorrir.

- Bom, é melhor começar o dia tarde do que não começar, não é mesmo?

Mas subitamente um sono a ameaçou novamente, e ela se sentiu tonta. Como se sua cabeça girasse, seu corpo não respondia mais aos seus movimentos. Sentiu raiva de si mesma, e se forçou a levantar e começar a sua rotina.

Entre alguns rosnados e até mesmo socos no travesseiro, Ellie se sentiu um pouco mais revigorada. Não tardou para que ela saísse da Guilda, descendo rumo a Treasure Town.

Caminhando pelas ruas, sentiu o sol a aquecer, e uma facilidade dentro de seu coração. De algum modo, ver os Pokémon dessa vila a deixava feliz, mesmo que não interagisse com eles.

- Hey, Ellie!- Ouviu uma voz vindo atras de si.

Então, duas pequenas crianças se aproximaram, correndo a toda velocidade, até parar perto da Snivy, que sorriu sem perceber.

- Oi Ellie!- Disse Carl, o Poochyena.

- Carl, Harold! Faz muito tempo que não vejo vocês!- E ela se agachou, afagando a cabeça de ambos.- Como estão indo?

- Nós viemos fazer comprar para a mamãe!- Falou o outro irmão, tão feliz que sequer conseguia se conter de emoção. Seu corpo tremia e seus olhos estavam tão brilhantes que sequer piscava.

- Oh? Bom, eu estou livre hoje. Posso ajudar vocês?



* * *



Sally sabia que em um instante estava no salão da Guilda Hopes and Dreams. No outro, estava a caminho de um lugar desconhecido em baixo da terra.

Croagunk quis mostrar esse lugar a ela, logo Sally concordou. Porém, quando atravessou a loja e viu Shimezo puxar uma lona do teto, cobrindo a loja, sabia que o motivo de fechar era importante. Assim que terminou, abriu uma pequena porta no chão, mostrando um alçapão escuro, podendo ver até os primeiro sete degraus.

- Pronto.- Disse de um modo sistemático.- Agora podemos ir.

E desceu a escada de madeira, quase não emitindo som. Nem mesmo o ranger que escutava quando estava nas escadas de madeira da Guilda. Sally apenas seguiu, desejando que fosse uma nova aventura.

Descendo, descendo mais e mais, naquela escuridão, Sally considerou em pegar sua Explorer Badge. Por que Shimezo não usou lanterna? Não que ela tivesse medo de cair numa escadaria escura...

- Ei, tudo certo em usar uma lanterna?

- Não.

Sally ficou surpresa pela resposta direta e fria, sentindo um calafrio percorrer sua espinha. Ela então não comentou mais nada.

- ...É porque estamos perto. E luzes no escuro... me incomodam....- Ouviu, não parando de descer sequer uma vez, apoiando sua mão na parede. Shimezo falou baixo, como se estivesse triste.

Por fim, ambas se encontraram quando a escadaria chegou ao fim. Pareceu a Sally que levou muito tempo apenas para uma descida. A Croagunk então se mexeu, e não a viu por causa do escuro. Quando estava para perguntar aonde estavam, Shimezo a chamou.

Ela então puxou uma corda e luzes apareceram pelos corredores, penduradas nas paredes, como tochas. Haviam várias, de diversas  cores, tamanhos, como num festival, as escuras. Não eram muito fortes, e algumas piscavam de tempos em tempos, ou então simplesmente apagaram.

Os corredores de pedra pareciam não ter fim. Já o chão, era um lugar de terra seca, com um ar estranho e cheiro incomum. Não tinha o mesmo ar que Dungeons, como quando fazia seus trabalhos.

- Por aqui.- Disse simplesmente depois que se virou e começou a andar.

 "Pra onde iremos? Você não faz nada de errado, não Shimezo...?" pensou em perguntar. Mas assim saberia que toda a graça acabaria. Afinal, era uma aventura onde não se sabia oque viria a seguir, certo?

- Não vamos demorar muito. Ah, e cuidado com.... Os seus movimentos.

- Movimentos?

- Sim. Apenas deixe que eu... resolvo essa coisa de vendas.


A medida que o tempo passava pelos corredores, a curiosidade de Sally aumentou. Aumentou ainda mais quando ouviu outros passos alem delas e por fim, uma sala escura com uma porta azul no centro. Era fria, e tinha apenas uma lampada no centro, que também estava fraca. Shimezo bateu duas vezes na parte de cima da porta de metal, depois três na parte esquerda e por fim um soco na porta. Uma pequena fresta de aço se abriu e dois olhos surgiram.

- Qual é a senha?- Perguntou uma voz rouca, como se ecoasse pelos cantos da sala.

- Ensopado de Magikarp.- Disse, tão rapido que Sally mal conseguiu ouvir direito.

E a portinhola se fechou, e sons de destrancamento se ouviram do outro lado, um a um num ritmo extremamente acelerado, que a porta foi aberta logo em seguida.

- Entre hoje, Eizshom.- O homem de terno falou, antes de acenar para Croagunk e Sally.

- Vamos.- Sussurrou Shimezo, começando a andar por outro corredor.

Sally ouviu vários tipos de som, mas havia barulho em geral. Como se tivesse muitas pessoas aglomeradas.

- Chegamos. Não saia de perto de mim e olho na sua mochila.

- Certo.- Ela falou, tentando observar o que viria a seguir.

Ao virarem o corredor, descobriram que a luz na verdade era um prefacio do que estava por vir. Uma grande caverna iluminada por cristais, tochas e todo tipo de tecnologia que podia ser inventada por Pokemon transformaram aquela lugar em algo bonito, a primeira vista ao menos.

Era cheio de diversos Pokémon, de varias raças que até a jovem Sally não havia visto. Inúmeras lojas servindo e vendendo comes e bebes, itens raros ou falsos, muita falação e até mesmo música. Era como se todos estivessem um festival. Como se fosse a praça de uma cidade, era asfaltada por pedras e calçadas, além da enumeração e nomes por ruas. No centro, havia uma grande Cratera, que Sally se surpreendeu e deixou escapar um "wow".

Era semelhante a um refúgio, pensou Sally. Ou talvez nem fosse, de perto. O lugar era muito grande, e não via aonde sequer terminava. Olhou para cima (de onde vinha uma luz), para os lados, vendo paredes ao redor, como uma cúpula.

- Isso aqui é uma Dungeon?- Perguntou a Totodile, maravilhada o suficiente para não parar de olhar para tudo e todos.

- Essa é a feira da meia noite.- Shimezo falou, com calma.- Embora começamos ela de manha e encerramos depois da meia noite...

- Eu não sabia que um lugar assim existia por aqui. Quer dizer, uma passagem pela Guilda...

- Você ainda é novata.- Bufou.- Aqui, seu nome será Lyssa.

- Ué.- E moveu os ombros, sem se preocupar.- Okay. Por onde vamos?

- Pela rua dos Renegados.

Sally ergueu as sobrancelhas, mas nada falou. Apenas seguiu Shimezo pelas ruas, tentando não esbarrar em outros Pokémon, apesar do fluxo que ia e vinha. E virando a esquerda, subiram uma pequena colina com o chão de pedras pretas, com exceção de alguns cinzentos, espalhados. Ela achou o padrão estranho e seguiu atrás de Croagunk, que andava de modo estranho, balançando demais os longos braços. Parecia conhecer todos os cantos, como se estivesse ali inúmeras vezes.

A frente da dupla, havia uma tenda armada com panos pretos e marrons, porém não menos desorganizada. Havia potes, lampadas coloridas, relógios e até mesmo utensílios específicos, como uma serra pendurada atrás do vendedor.

Croagunk chegou perto e acenou com a cabeça duas vezes, só então o vendedor olhou cima. Era um homem magro, com roupas semelhantes a Croagunk, até mesmo a cor azul marinha era parecida. Ele parecia ter um olhar de poucos amigos, principalmente com sobrancelhas grossas e rosto fino. A boca seca se retorceu e a voz grossa falou de modo curto.

- O que é?

- Ela quer trocar um item.

Tão direto como Croagunk, o homem de braços cruzados olhou para Sally e coçou o queixo com alguns fios da barba por fazer.

- Mostre.- Ele falou.

Sally se aproximou e retirou o item da sua mala, o Bulba Dew. O homem se inclinou para frente, como se estivesse realmente interessado.

- Você mostrou isso a mais alguém?

- Apenas quatro Pokémon sabem disso, e isso nos inclui.- Respondeu, entregando a placa pequena.

Ele tirou um pequeno vidro redondo do bolso e o segurou quando analisou o item. Estranhamente fez gestos parecidos a de Shimezo, levantando, dando alguns petelecos e até mordendo levemente. Sally viu que o homem não deixou marcas e antes de perguntar como fez isso, ele disse antes.

- Duzentas facadas e duas Oran berry e uma Pecha Berry.

- O que isso quer dizer?- Perguntou, se virando para a Croagunk.- Eu vou morrer?

- Significa que é um preço a ser oferecido.- Respondeu.- Nós não usamos os Poké-Dolarés. Apenas itens e uma nova moeda de troca.

- O que é "facada"?

- É o nosso dinheiro e como você pode conseguir as coisas por aqui.- Falou o homem.

Sally ainda estava desconfiada, mas se um membro da Guilda a havia levado até ali, sabia que não valeria pouca coisa. Pensando mais, cogitou a oferta do homem. Colocaria as mãos em algo que nunca viu e possivelmente venderia as Berries ainda hoje, se não as usasse nas missões, a menos que tivesse que usa-las. Afinal seu objetivo não era descobrir tesouros?

- Eizshom, você acha que vale a pena?

E Croagunk apenas acenou. Sally sabia que não deveria falar o verdadeiro nome de Croagunk. Afinal, recebeu um novo nome...

O homem sorriu, um sorriso fino e que mal parecia um sorriso. Deixou o o Bulba Dew em cima da mesa, como se estivesse satisfeito. Deu meia volta e abriu uma caixa, tirando de lá um embrulho.

- Você fez algo útil hoje, Shimezo.- E sorriu de novo, como se tivesse algo escondido atrás disso.

- Meu nome é Eizshom.- Disse com fúria, batendo a mão na mesa. - Até você fica velho demais pra lembrar das coisas.

- Heh heh.- E por fim olhou para Sally.- Veja, esse item não deve cair em... mãos oficiais, se você me entende. Seria um problema e uma papelada bem grande entende? Você pode usar isso em casa... ou usar por aqui, apenas seja esperta.

- Certo.

Sally pegou uma especie de papel, um pouco grosso e de cor cinza. Era diferente dos Poke-Dolares que estava habituada. Mas achou interessante. Não sabia o quanto esse valor seria útil. Talvez guardasse como recordação.

- Bom, tudo bem.- Ela respondeu.- Eu fico com essa coisa que vocês chamam de "facada" e... troco pelo item.

- Entendido.- Falou o Sawk, enrolando o vegetal e entregando a garota.- E essas aqui também.

Pegou uma pequena sacola de papel, depois uma espatula para pegar as Berries nos cestos específicos. Entregou a garota e acenou duas vezes com a cabeça.

- Vamos indo Lyssa.- Resmungou Croagunk, se virando.

- Certo.- Guardou rapidamente na mochila e seguiu Croagunk, pensando se deveria acenar para trás.

- Nem pense em acenar ou dar tchau.- Falou Shimezo, virando a rua rapidamente, fazendo Sally correr.- Aqui não fazemos isso.

Sally nada falou, pois queria perguntar algo havia um tempo. Elas continuaram a andar, e parecia que Shimezo estava fazendo o mesmo caminho para a saída. Sally não queria isso. Ela queria explorar aquele lugar- e descobrir da onde esse cheiro vinha.

- O que é aquela cratera?

Shimezo parou, fazendo Sally se trombar com as costas do Pokémon.

- Você quer ver aquilo?

- Sim.

Bufando novamente, Shimezo virou novamente a rua, e Sally avistou uma placa que dizia "Rua das Lágrimas". Seguia-se o mesmo padrão, lojas com cores de panos diferentes, itens conhecidos e desconhecidos a amostra e até mesmo algumas tinham um cheiro ótimo vindo delas. Sally ficou com fome.

- Existe algo que podemos comer por aqui?- Perguntou, avaliando as tendas.

- Existe. Mas não sei se é seguro pra você.

- Mas por que?

Shimezo deu meia volta, parando novamente.

- Notou que há Pokémon do tipo veneno, planta e fantasma por aqui?

- Bom, até agora não muito.

- Sabe o que pode acontecer se você comer algo daqui?

- ...Não?

- Então, nem eu. Não arriscarei seu pescoço por aqui.

E se virou, seguindo em frente, para a grande praça que era ao redor da Cratera. Desviando de Pokémon, como Vileplumes, Venipedes e Gastlys, Shimezo enfim chegou aonde Sally queria. Estava apenas há alguns passos da grade que separa elas daquele abismo e uma vida segura. Ao seu redor. Pokémon continuavam aos seus afazeres, estando de passagem ou vendendo algo.

Croagunk chamou por Sally, mas percebeu que ela não estava lá.

- Aonde ela foi?!- Disse em voz baixa, como um guincho.

E refez o mesmo caminho, dando voltas e até mesmo perguntando a um conhecido ou outro se viram alguma Totodile. Um deles apontou para o leste, um pouco depois da onde estava e por entre as pessoas que circundavam, viu um relance de alguém de cabelo azul claro.

E andando a passos pesados, sentiu que havia um longo caminho para percorrer até a garota, que conversava alegremente com um grande Taurus, vestido com um avental acinzentado.

Nesse intermédio, Shimezo pensou em como Sally também era um pouco ingenua. Sabia que ela bolava algumas estrategias, pois ela e Ellie falavam alegremente disso no café da manhã. De como algumas funcionavam, e outras não chagarem nem perto do que pretendiam. Mas acreditou que Sally seguiria oque dissesse e escolhesse ficar perto, não explorando o lugar.

Foi quando a ficha caiu, que Sally sempre gostava de explorar lugares. Era o obvio e não se atentara a isso. E se isso chegasse a Guilda? Como explicaria a Maya? Shimezo apenas queria mostrar outros meios a Sally, mas errara. Todos os pensamentos negativos começaram a pertuba-la, circulando sua mente, forte como uma correnteza. "Droga", dizia para si mesma.

Quando iria chamar a garota, a mesma a avistou e acenou com a cabeça. Quase a chamou pelo nome verdadeiro, porém se corrigiu no ultimo instante.

- Lyssa, devemos ir. Por que você veio até aqui?- Tentou conter a voz, escondida na sua mascara.

- Ah, veja, o senhor Lincon está fazendo uns espetinhos de Berries. Legal não é?

Ela olhou para o homem, que tinha uma grande barba e a cabelo enrolando numa traça longa. Ele usava luvas para virar os gravetos que tinham diversas berries, cada uma exalando um cheiro delicioso.

- Aqui está, jovem Lyssa. É um prazer cozinhar para alguém que aprecie dotes culinários.

- Eu que agradeço, seu Lincon! Espero vir aqui de novo.

E acenando com a cabeça, se virou e rumou para a praça, onde ficava a cratera.

- O que pensou que estava fazendo?

- Eu tenho fome, poxa. E olha isso, o cara caprichou legal nesse espeto!

Sally deu uma mordida nas berries e nas gummis, enquanto Shimezo olhava perplexa. Da onde surgiu tanta coragem? Apenas seguiu a Totodile, que sentou num banco de madeira em frente ao grande buraco.

- Aqui aqui, prova essa purple gummi, deixei pra você.

- N-não, eu não quero.- E virou o rosto.

- Bom, então eu te dou. Olha o Wingull...

- N-não!

E antes que percebeu, Sally abaixou seu lenço e enfiou a Gummi quente na garganta de Shimezo. Shimezo ficou estática, não sabendo como reagir.

- Viu, falei que era boa não era? - Sorriu, jogando o espeto vazio numa lixeira perto dali.- Qual é o lance dessa cratera?

- ... Você me viu.- Disse, se cobrindo.

- Você acha que eu não vi seu rosto antes? Nós usamos o mesmo banheiro, tomamos café da manhã e jantamos também. Você come por de baixo do seu lenço sem sujar, é mo estranho. Não tem nada demais no seu rosto, por que esconde?

- Você não entenderia.- Resmungou. Shimezo escondia seu rosto por suas próprias razoes, físicas ou emocionais.

"O que Sally havia dito? Que não havia nada demais? Como?"-pensou Croagunk, sua face um pouco avermelhada.

- Olha essa cratera que coisa bizzara ne? WOOOOOO! Como foi que ela surgiu aqui? Foi um meteoro? ME DIZ ME DIZ!

- Não é esse o ponto.- Disse, reclamando da nova euforia de Sally.- Devemos ir embora.

- MAS ACABAMO DE CHEGAR!.- E Sally olhou para ela, se levantando.- Você e essa cratera não tem nada demais. Vocês dois existem e pronto. Mas ela não se esconde, não é? WOO, O QUE É AQUILO LÁ?

- Lyssa. Vamos. Embora.

- Sim, sim, eu sei onde fica a saída.- Falou Sally girando os olhos.- Eu só não sei como você fez o esquema no corredor.



 * * *


Quando saíram da Feira da Meia noite, Sally se deu de novo com aqueles corredores estranhos. Haviam andando tanto e por diversas curvas que não conseguiu memorizar o caminho para a Guilda. Agora, mas demais coisas foram relativamente fáceis. E sentiu sua cabeça começar a virar, como se visse duas Croagunk no corredor. Por fim cambaleou.

- Sally.- Sscutou alguém dizer, segurando antes dela cair, como se tivesse controlado a sua fúria ao dizer o seu nome. Alguém estava bravo. - Por Arceus, você não pode cair agora!

- NoOOOOouuusaaa!-Gritou, a cabeça pendendo para trás.- Mano, eu te falei que vi umas coisas nova? Tá ligada naquela-

- Não é esse o ponto Sally. Vamos, abra a boca.

- M-minha nossa, não sabia que você era tão rude...- E Sally corou, fechando os olhos.

- N-NÃO É ISSO SUA PATETA.- Gritou, com raiva e quase querendo largar Sally.- Se você não bebe esse Elixir, não sei o que acontece com você!

- O-ohaaaaaaaaaaa!

Nesse intermédio, Shimezo abriu a tampa do pequeno frasco, e apenas despejou pela garganta de Sally. A garota quase engasgou, e se retorceu no chão, tentando respirar. Ela tossiu e tossiu, e por fim parou de se mexer.

Shimezo bufou e bufou. Decidiu que havia tempo, então esperaria Sally acordar.



* *



Num lugar desconhecido,  não se faz movimentos bruscos, pensou. Você apenas age como os outros, ou tenta literalmente, agir "naturalmente." Mesmo quando se separou de Shimezo, sabia que aquele cheiro de Berries assando, não veria tão cedo. Para Sally, foi apenas como uma Dungeon, e Sally sabia como se comportar em Dungeons.

- Ei, Shimezo, obrigada por hoje.- Disse simplesmente quando pararam.

Croagunk fez uma sequencia de gestos e uma escada de madeiera simples surgiu acima delas, descendo até encostar no chão.

- De nada. Apenas... Não faça isso de novo.

- Puxar a bandana ou sumir do nada?

- Os dois.- Disse, segurando na escada com força.- Se algo acontecer, não sei como eu diria a Guilda.

- Vocês esquecem que eu faço Dungeons todo dia não é?- Disse com um ar convencido.

- Sally, você ainda é uma amadora nesse mundo. Algumas coisas não funcionam bem assim como pensamos ou como queríamos.

- Hey, aquele homem, o Sawk, era parente seu não era?-Disse, mudando de assunto novamente.

- O que faz com que você pense isso?

Os olhos de Sally brilharam e ela esboçou um sorriso.

- Vocês se tratam como conhecidos e são bem parecidos fisicamente. Quando ele mencionou que fez bem ao me trazer aqui, pensei que você pode ter passado algum tempo com ele.

- Ele... era o meu pai.- Disse, abaixando os ombros.- Eu aprendi essas coisas com ele.

- Oh.

- D-de todo modo, devemos ir indo. Já deve ser quase de noite na Guilda.

- O tempo passou bem rápido aqui em baixo né?

- É. Rápido até demais.



* * *


- Minha nossa Dona Ellie, não sabia que a senhora gostava de doces...

- A-ah, não, nada demais certo? É só não exagerar certo?-

Ellie acabou por ajudar os irmãos Klo a fazerem compras. Na loja de doces da Clefairy, a Snivy segurava duas cestas. Haviam completado todos os itens da lista dos irmãos Klo (que não era muita coisa) e dissera para passarem na loja de doces. Acabou se animando também, ficando contente pela excitação dos irmãos a olhar a cascata de Oran Berry.

Quando viu que o dinheiro deles estava acabando, e eles haviam pego mais coisas do que deveriam, Ellie pensou em avisa-los. Eles sabiam fazer contas de matemática, verificar frutas e preços. Mas parecia que, na loja de doces da Clefairy, eles extrapolaram.

"ISTO NÃO IMPORTA. EU. DEFINITIVAMENTE LEVAREI TUDO PARA ELES."- Pensou Ellie, determinada.

Com isto em mente, Ellie mesmo deixou várias coisas. Chegou a pensar que não precisaria disso tão cedo. Escolheu uma coisa ou outra, enquanto levava a cesta de Carl e Harold.

Correndo pelos corredores, eles pareciam pegar o que mais gostavam. Seja pelo sabor, pelo brilho da embalagem, colocavam tudo na cesta. Ao que pareceu, decidiram por fim avaliar o que realmente levariam.

Tiraram quase metade da cesta, ficando incrivelmente mais leve. Ellie nada falou, mas observou como eles agiam e conversavam.

- Se a gente levar isso, não vai sobrar pro Milkshake.

- Quem precisa de Milkshake quando se tem essas barras?- Mostrou o irmão, balançando no ar.- Vamos ficar com isso.

- Hump. Você não sabe o que tá fazendo! A mãe vai ficar muito brava!

- Meninos.- Chamou Ellie.- Está tudo bem. Eu levo essa cesta e pego um Milkshake pra vocês.

-OH?

- Mas, Dona Ellie, isso não vai te prejudicar?- Disse o Poochyena, com os olhos arregalados.- Obrigado por ser gentil, mas a gente-

- OUVIU ISSO HAROLD?- Gritou.- NÓS VAMOS PEGAR ISSO DE GRAÇA.

E ao dizer isso, é como se todos os Pokémon da loja se virassem para vê-los. Ellie suspirou, se agachando na altura deles.

- Meninos, ouçam.- Disse baixinho, para eles ouvirem.- Eu posso levar hoje pra vocês, não há problema. Mas, apenas se vocês ficarem comportados. Se não eu conto pra mãe de vocês.

Carl, o Zigzagoon pareceu querer falar algo, mas seu irmão tapou sua boca e falou.

- M-muito obrigada Dona Ellie! Espero que um dia possamos fazer algo pra te recompensar...

- Sem problemas!- Disse feliz. - Vamos indo pro caixa?

*


No final do dia, Ellie se sentou numa das mesas do Spinda Bar. Fez um pedido, e aguardou com os pequenos irmãos. Harold parecia ter um pouco de vergonha ainda tímido. Totalmente o oposto de Carl, que mal aguentava ficar parado na cadeira.

Já Ellie, apenas os observou conversarem, e ver como eles diziam coisas sobre si.

- Mas, pera, você quer dizer que há Pokémon com cores diferentes??

- Sim, Carl.- Disse o Poochyena, girando os olhos.- Eu já te falei isso!

- Ué, eu esqueci. Com é um Magikarp colorido? Ele é azul?

- Eu não sei. Nunca vi um.

Ellie acabou se interessando. Ela ousou perguntar.

- Pokémon coloridos? Aonde você viu isso, Carl?

O jovem Poochyena acabou ficando tímido. Ele tentou falar, mas sua voz saiu estranha e atrapalhada.

- B-bom, Dona Ellie, é que é um segredo... Mas...

E ela chegou mais perto, ouvindo mais atentamente.

- É que... nossa mãe é um pouco diferente... Ela não é uma Mightyna comum... Ela é amarela, sabe?

- É-é! Por isso ela ficou na cama por alguns dias... Ela acha que pode passar e acordar como os outros. Mas pela pegou um resfriado, e nos estamos ajudando ela!

- Oh. Entendo. Quer dizer, que legal que sua mãe é diferente! Eu nunca vi um Pokémon com uma cor muito diferente.

Um tempo depois, seus pedidos chegaram. Os irmãos Klo se animaram, logo acabando com a bebida adocicada. Não demorou para conversarem de outras coisas- a maioria dizendo coisas de sua mãe. Por fim, quando estavam na Crossroads, eles se despediram, mexendo as sacolas e dando um grande abraço em Ellie, que os abraçou de volta.

- Espero ver vocês de novo, Carl e Harold. Sejam bons meninos para a mãe de vocês, certo?

- Certo!

Afagou a cabeça deles uma ultima vez, e se despediu. Os observou de longe, até que sumiram.

Ellie respirou fundo, e sentido-se revigorada, espreguiçou-se. Decidiu voltar para Guilda e procurar algo para ler, ou até mesmo conversar om alguém.

Dando meia volta, ela caminhou feliz, sem perceber que, acidentalmente, se esbarrou com alguém.

- Ah! Mil perdões! Me desculpe eu-

- Está tudo bem.- Falou o Pokémon.

Era uma mulher com capuz cinzento. Ela tinha olhos vermelhos, e usava um tapa-olho. Seu cabelo era curto e preto, e era muito alta. Não conseguiu dizer que Pokémon era esse.

- ...Você faz parte dessa guilda?- Perguntou, a voz quase que sumindo.

- A-ah, sim! Eu faço.

-Ah. Entendo.- E ela mexeu a cabeça, como se acenando para si mesma.- É bom ter amigos e um lugar para voltar.

E subitamente, tudo ficou estranho. Ellie sentiu uma pontada em seu coração. Tão dolorosa que chegou levar a mão ao coração, tentando respirar. Sentiu-se presa, como se o ar tivesse sumido, e não conseguia respirar, nem se mover.

- B-bom, foi bom te conhecer.- Falou a mulher, desviando o olhar.- Adeus.

E se virou, tomando a direção oposta a Crossroads. Ela rapidamente sumiu, e Ellie permaneceu parada, tentando processar o que aconteceu.










Fanart#5

Fanart#5





Autora: Virgínia Cardoso de Toledo (WhiteVir)
Estado: SP
Ténica: Paint Tool Sai
Idade: 19


Acabei fazendo esse desenho no dia 5 e só terminei agora, dia 11. Mas acabei! Tentei fazer algo digital, e estou me esforçando para aprender a mexer no Paint Tool Sai. Eu consegui uma Charmander, de natureza Jolly (seria ideal para o X, não Y, mas, acontece) e ela evoluiu no dia seguinte. Atualmente estamos no 6 º ginásio.

Pokémon Y é bem diferente do que imaginei. E as roupas são caras. Mas é divertido!

Notas da Autora #17




AHHAAAA ESTOU AQUI NOVAMENTE! E ANTES DO NATAL DE 2K18!

(MINHA NOSSA, NÃO É QUE ELA POSTOU??)

Me desculpem ao leitores que acompanham esse blog/e aos novos leitores. A faculdade te derruba de jeito também. Mas cá estou!

Mudei também o logo dos capítulos. Digamos que eu perdi meus arquivos e tudo mais. Ha.

Sobre o capitulo 17: Havia escrito ele há muito tempo. Mudei muito também. E por enquanto, me senti um pouco satisfeita.


Cailynn teria um visual meio steampunk. Mas achei que isso não combinaria muito, pois haveria outros focos, com outros personagens. Então botei ela como cozinheira. Talvez associe isso ao meu gosto de cozinhar que desenvolvi (pela sobrevivência de 2018) cozinhando também é legal. Mas também sofrido. (Tipo, a pilha de louça).

 E MINHA NOSSA, EU FIZ DOIS DESENHOS. UM PRO CAPÍTULO E OUTRO AQUI NO NOTAS DA AUTORA, ME SINTO O MÁXIMO. Mesmo sendo mais parecidos com uns sketchs...

Eu que desenhei, oque acharam?
E deixei a Cailynn com umas sardinhas. Achei que combinou muito na hora que eu tava desenhando! E curti o resultado. 

E estive pensando em outras coisas da historia. Tipo Team Skull. Eu coloquei o nome de Skuntank errado várias vezes. Mil desculpas xd 

E eles finalmente apareceram! 

Mas ainda não pensei no visual deles. (Logo não posso postar mais desenhos ;-;) (Eu pensei mas não gostei. Logo irei refazer até ficar bom)

No jogo eles me dera trabalho. Eu tive cada vontade de jogar meu DS abaixo quando eles apareciam :')


 Isso é tudo. O semestre foi caótico e deu tudo certo. Socorro.


Capitulo 17: Caveiras






As horas se passaram tão rápido, que quando Ellie percebeu, já era de manhã. O sol entrava pela janela semi-aberta, clareando o quarto escuro. A jovem Snivy então se levantou da cama, sentindo suas energias ainda não recuperadas, como se sua cama e suas cobertas pedissem para que voltasse e dormisse mais.

Passando uma mão pelo rosto, ela esperou alguns segundos, de baixo de suas grossas cobertas.

"Que estranho", pensou.

A Guilda estava acordada, como se tivessem despertado e se reunido, começando um burburinho que atravessava a porta do quarto de Ellie. Diante disso, ela sentiu uma sensação desagradável, mas já conhecida. Ocorreu que já se sentia excluída- mesmo que estivesse num ciclo de pessoas agradáveis. Com um aperto em seu coração, ela se levantou, indo até a escrivaninha e pegando o caderno de Sally. E por um momento, a sensação foi embora quando folheou as paginas e achou seu retrato. Sally não usava lápis coloridos, ficando apenas na caneta, tanto que havia rabiscos nos desenhos, e palavas riscadas. Não que a Totodile soubesse desenhar bem, mas se alegrou ao ver que a retratara algumas vezes.



Fonte: Autoria de WhiteVir (autora)


Deixou o objeto como estava antes de manuseá-lo, seguindo para o banheiro.

Alguns minutos depois, entrelaçando seu cabelo, formou sua trança do lado oposto que estava acostumada. Quando prendeu o cabelo, se virou para o espelho e ajeitou suas roupas. Sua marca de nascença no rosto estava visível, deixando claro sua linhagem de Snivy.

Depois disso, arrumou sua cama, começando a sentir falta das conversas matinais de Sally, de como ela possivelmente contaria alguma piada ruim ou cantarolava outras musicas, na qual ela mesma não sabia. Não precisou arrumar a cama de Sally, afinal. Arrumando as demais coisas do quarto, Ellie parou, percebendo que fazia aquilo tão alienadamente, que se deu tempo a pensar.



"Sally ficou na enfermaria!"- Quase gritou, percebendo agora porque estava sozinha em seu quarto.

 Por fim, ela conferiu sua mala e deu uma ultima olhada no espelho, saindo do quarto as pressas.

No corredor, os membros da Guilda estavam reunidos ao redor de uma porta, e era dai que vinha o barulho que Ellie escutara mais cedo. Caminhou até eles, esperando que a porta se abrisse.

- Você acha que Sally está bem?- Perguntou Heitor, com sua voz mansa.- Ela não apareceu hoje. Será que a Riolu fez alguma coisa?

- Não diga bobeiras, Heitor!- Reprendeu Louis, que não estava na vigia da Guilda.- Você acha que A Guildmaster e o Charles deixariam algo assim?

- N-não, eu acho que não... Mas, elas não saíram do quarto, e já é quase meio dia...

"MEIO DIA?". A face de Ellie ficou pálida, e começou a se perguntar por que dormiu por tanto tempo. E ainda se sentia cansada.

A Chimeko, Alice, foi a última a aparecer, sua face geralmente generosa e compreensível transformada em raiva. Alice era uma mulher mediana. Altura, estatura. Seu cabelo era curto, loiro e um pouco cacheado. Seu chapéu era amarelo, e sempre usava um avental branco. Tinha olhos um pouco puxados, e sua face angelical parecia se transformar em algo assustador em dois segundos.

- Sinceramente, quando é que vocês pretendem almoçar?- Perguntou com insatisfação.- O almoço já está pronto, e vocês insistem em ficar nessa lenga-lenga?

Ellie ficou ainda mais surpresa e com medo, de uma figura como aquela estar prestes a se descontrolar. Imaginou que, por ser sua profissão na Guilda, e ninguém ter ido almoçar aquela hora...

Quando viu, Ellie estava de mão levantada, e isso atraiu a atenção de todos.

- Acho melhor seguirmos o que a Alice diz.- Respondeu, com um pouco de receio.- Sally vai ficar bem, e não seria bom nós desperdiçarmos o trabalho de Alice...

Louis pareceu dizer algo- como se fosse contestar Ellie, erguendo um dedo e curvando os ombros, sua boca se abrindo- quando ouviram um clique e aporta se abriu.

Sally saiu, abrindo a porta de modo que todos vissem a Riolu, que estava do seu lado. Houve um momento de silencio, em que todos olharam para a nova Pokémon, esperando algo ou algum gesto.

- Heya minha gente.- Saudou Sally, sorrindo.- Essa aqui é a Cailynn.




*



Acabaram decidindo que discutiriam a questão da Riolu depois do almoço. Charles e Maya não haviam aparecido, tanto para os avisos matinais quanto para a refeição.

Ellie se lembrou que almoçaram poucas vezes na Guilda, pois sempre estava em Dungeons, cumprindo seus Quests. Ficou feliz por ver a maioria reunida, com Alice mais calma e soando seu sino para iniciarem a refeição. Apesar de ainda, aquele sentimento de solidão estar pairando em seu coração.

Ellie permaneceu quieta a frente de Sally, seu lugar costumeiro, observando os demais Pokémon da Guilda encherem a jovem Cailynn de dúvidas, perguntas e como havia parado ali da noite para o dia. Era um pouco tímida, não falando muito nas vezes que respondia.

- Quer dizer que seu amigo te deixou lá sozinha?- Perguntou o Bidoof, quebrando um pedaço de pão.

- Você não sabe ser um pouco mais delicado não, Heitor?- Perguntou o Loudred, como se teimasse com o outro Pokémon.- Não é assim que se fala, moleque!

E ele se abaixou, curvando os ombros e desviando o olhar.

- Hum... Bom, acredito que sim. - Respondeu a Riolu, depois de se limpar com um guardanapo.- Eu ainda não estou sabendo lidar. Tudo isso... Foi um choque.

E o silencio voltou para a sala. Por alguns segundos, se podia ouvir o som das panelas e demais utensílios de cozinha sendo manuseados por Alice, que estava do outro lado da sala. Teresa continuou mastigando silenciosamente sua refeição, Croagunk mexia em sua tigela com seus hachis, palitos de madeira, até que pegou um pedaço de carne. Corpish abriu a boca como se para falar algo, mas ao invés disso, preferiu beber seu suco.

- Mas, eu agradeço por estar aqui.- Continuou Riolu, de cabeça baixa, tensionando as mãos em punhos escondidos por de baixo da mesa.- Obrigada mesmo.

O clima pareceu se suavizar, os demais voltando a falar entre si. Ellie observou tudo, seu prato agora vazio.

- Ei, Ellie.- Chamou a garota de cabelo azul.

- O que foi, Sally?

- Você tá bem quieta hoje.- Disse, gesticulando com o talher.- Oque foi?

"Eu dormi mal e agora você me aparece com a nossa cliente na nossa Guilda como se ela fosse uma integrante. E se tudo isso for um golpe? O que te deu na cabeça, garota?"

E então se lembrou de seus erros, e de como havia muito a aprender e se calou antes de falar algo. Suspirou e juntou as mãos em cima da mesa.

- Eu perdi meu horário e acordei bem tarde.

- Ah, espera, você não acordou antes de mim?- Brincou Sally.- Você ficou fazendo fotossíntese?

- Definitivamente não.- Respondeu, revirando os olhos.- Mas eu poderia ter feito, é revigorante.

- Vocês do Pokémon tipo grama podem fazer isso?- Perguntou a Riolu, se interessando.- É realmente possível?

- Bom, a longo prazo, sim. Nós gostamos do sol-ou a maioria, pois existem Pokémon do tipo grama que preferem a noite.

- Uau! Isso é o máximo! Por acaso a energia flui em suas veias, ou você sente que ela fica como uma segunda de pele? Ou ela é realmente absorvida e entra num processo semelhante a plantas, em que-

A Riolu não conseguiu terminar de formular sua frase, com mais inúmeras perguntas. Charles e Maya apareceram na entrada da cozinha, ainda segurando a porta.

- Bom dia, pessoal!- Falou Maya, com seu mesmo tom alegre de sempre.- Eu e Charles temos boas novas, então, peço que se reúnam no salão principal assim que terminarem por aqui. Esperamos vocês!

Quando saíram, a Guilda começou a falar alto, especulando o que poderia ser algo tão importante.

- Será que é a nova banheira no banheiro?- Imaginou Heitor, fechando os olhos e sorrindo.- Seria tão bom...

Louis estava prestes a rebater o jovem Pokémon, quando Teresa apareceu e encostou em seu braço.

- Deixe que as crianças sonhem, Louis.- E olhou para o Bidoof.- É importante.

Ele pareceu não gostar muito da resposta, que em seu ponto de vista, soara como uma ordem. Se afastou dela e foi o primeiro a sair do refeitório.

Então animados, saíram do lugar após limparem e arrumarem a mesa, de modo que Alice tivesse menos trabalho. Reunidos novamente no grande salão, Charles e Maya esperavam-os em frente ao escritório da Guildmaster.

Porém, havia mais Pokémon presentes.

Sally, Ellie e Cailynn foram as ultimas a saírem e as últimas a perceberem a presença de novos Pokémon. Ellie pegou no braço de Sally, que sentiu todo seu corpo eriçar ao olhar para frente, encarando os Pokémon ao lado da mulher de cabelos rosados.

Elas nada falaram, apenas se entreolharam e acenaram a cabeça. Cailynn estranhou e ao perguntar, foi interrompida novamente por Maya.

- Muito bem pessoal! Obrigada por estarem reunidos aqui o mais rápido possível, principalmente depois do almoço.

- Sem demoras.- Falou Charles, sério.- A Guildmaster decidiu integrar novos membros a nossa Guilda. Conheçam o Team Skull.

O Skuntank que estava a frente dos outros dois Pokémon foi o primeiro a dar um passo. Com suas roupas roxas e cabelo com uma grande franja cobrindo parte do rosto, o garoto - não passava de alguém da mesma idade que Sally e alguns outros Pokémon presentes- estufou o peito e falou com a voz alterada.

- Eu sou o líder do time, Alfonse. É um prazer conhecer vocês e fazer parte da Guilda.- Falou, com um sorriso fino cobrindo os lábios quando achou Sally, mais atrás.- Realmente.

Os outros dois Pokémon se apresentaram como Jim, o Zubat e Tom, como Koffing. Ambos também pareciam jovens, mas diferiam muito fisicamente- o morcego era de uma estatura pequena, parecendo um garoto que acabara de entrar na adolescência, enquanto o outro era alto, parecendo duas vezes o tamanho do amigo.

- Bom, eu espero que vocês virem bons companheiros de Guilda!- E terminar de falar, Maya bateu as mãos.

- Isso é tudo.- Falou Charles, semicerrando os olhos.- Podem voltar a suas rotinas.

Se dispersando, Maya chamou pelo nome do Skuntank, tirando-o do devaneio, que encarava Sally.

- Team Skull, venham vocês, irei apresentar seus quartos.- E saiu andando, não percebendo que Alfonse sorriu, como se fosse um escarnio para Sally.

Antes que Sally se movesse, Charles se aproximou e chamou sua atenção.

- Team BraveHeart, por favor, me acompanhem.- E dirigiu um olhar à Cailynn, que continuava sem saber da atual situação.


*


Na sala da Guildmaster, Sally se lembrou do seu primeiro dia na Guilda. O ambiente, mesmo que tivesse visto uma vez, tinha uma sensação muito familiar, aconchegante. Era organizado, com suas características que tornavam a Guilda Hopes and Dreams única: integrou-se ao monte, utilizando a terra como paredes, plantas como decoração e usando da forma mais espaçosa possível, com poucas danificações ao ambiente se comparado ao natural.

Sally adorava aquela simplicidade, tudo ao seu próprio modo. Talvez por isso se acostumou tão rápido.

Cailynn ainda continuava a olhar pela sala, encantada com alguns objetos da coleção de Maya, os que estavam a mostra.

- Esse colar possui um nome?- E olhou para a estante acima, onde um colar estava guardado num suporte de veludo, tampado por um vidro.- É tão bonito!

"Não vá roubar e sair correndo, Cailynn"- Sally queria ter dito, mas se segurou, mordendo o lábio inferior.

A garota continuou olhando os itens, se maravilhando a cada vez que mudava de um para o outro. Naquela sala, havia outros tesouros a mostra, de modo que ficasse charmoso. Cada um tinha sua própria historia, como foram obtidos e aonde, talvez relíquias que ela sequer imaginaria achar algum dia.

Um item havia chamado muito a atenção de Sally, mas antes que pudesse ver com clareza, Charles chamou sua atenção.

- Muito bem, vamos resolver esse caso.- Disse, quase que num tom cansado.- Senhorita Cailynn, não tivemos a oportunidade de debater sobre o seu atual pedido da Quest. O que, de fato, ocorreu?

E ele apontou para as poltronas espalhadas, e as garotas se sentaram, quase que no mesmo ritmo.

- Por favor, me conte em detalhes.

O homem mais velho escutou atentamente toda a historia que Cailynn contou. Nenhum deles interrompeu, e a ele se manteve parado, com sua face indecifrável e mãos atras das costas, pose atenta. Não havia se sentado na grande poltrona de Maya, talvez por respeito, ou porque simplesmente ficar de pé significasse agilizar a situação de negócios.

Terminado seu relato, ele acenou com a cabeça e pegou sua prancheta, escondida em seu terno engomado.

- Segundo meus cálculos e estatísticas.- Falou alto, riscando com avidez o papel.- E as regras da Guilda e convivência, teremos algumas poucas opções. A primeira delas, é que a senhorita Cailynn ficasse em dívida com a Guilda ou quitando a dívida aos poucos. A segunda, podendo prestar algum serviço, é poder ingressar na Guilda, em que eu resolverei quaisquer assuntos relacionados. Acabaria por pagando suas dividas até dar o valor combinado e assim, estaria livre para ir, ou ficar como preferir.

- Você bem bem direto, ein Charles?- Brincou Sally, colocando as mãos nos bolsos do blusão.

- É preciso ser, caso contrário a Guilda seria... Um completo caos.- E ao dizer aquilo, seus olhos se arregalaram, como se algo tivesse passado por seus pensamentos.

- Bom, senhor Charles, acho que a melhor opção seria a segunda, correto?

- Sim, sim, correto, jovem Cailynn.- Disse, voltando sua atenção a Riolu.- O custo de sua estadia e recompensa, a longo prazo, poderiam ser pagos com seus serviços prestados a Guilda.

"Se parar para pensar, a estadia poderia ser vantajosa pois mesmo que ela saísse, a Guilda teria mais pessoas. Sei que ao ter mais pessoas vem com consequências, boas e ruins. Mas quais seriam elas, nessa parte de negócios?"- Pensou a Totodile.


Sally decidiu pensar nisso depois, desviando sua atenção a resposta da Riolu.


- Se não for incomodo para ninguém, Cailynn poderia se juntar ao nosso time enquanto é iniciante.- Disse a garota de cabelo verde, descruzando as pernas.- Acho que seria mais rápido e vantajoso Cailynn não sair sozinha, se ela optar por Quests.



"Mas, veja, Ellie, não é como se fossemos diferentes disso..."- Pensou a Totodile.

- Hum... Atualmente, eu gostaria de deixar Quests como minha segunda opção... Eu... Queria saber como é a área da cozinha.

Os três Pokémon olharam surpresos para a jovem, que estava com as mãos dadas em cima do próprio colo. Sally parecia a mais surpresa de todas, acreditando que Cailynn realmente faria parte de seu time nas explorações.

- Eu realmente gostaria de aprender a cozinhar, isto é, se a senhorita Alice estivesse de acordo.- Disse ela, um pouco tímida.- Não sou muito a chegada em combates.

Sally não sabia o que dizer. Então nada disse.

Ellie estava com as sobrancelhas arqueadas. Charles ficou tão surpreso, que sua caneta quase caiu de sua mão.

- Eu irei analisar a situação.


*


Charles trouxe Alice até a sala de Maya, onde as três garotas esperavam. Enquanto ele saiu, Cailynn abaixou a cabeça e tentou dizer algo.

- ...Me desculpe por surpreender vocês. Eu... realmente não quero mais explorar Dungeons.- Falou baixinho, ombros de curvando.

Sally e Ellie se olharam, e pareceram se entender por pequenos gestos. Uma acenou com a cabeça, outra piscou, até que por fim Sally falou.

- Ei, Cailynn, não há com que se preocupar. Fique com a gente o tempo que quiser!

- E como quiser também.- Completou Ellie.- Mal posso esperar pra ver você cozinhando.

- Mas, estou feliz por você escolher Cailynn!- E a Totodile se aproximou, colocando uma mão no ombro da Riolu.- Sei que você vai se dar bem com a gente!

E logo em seguida, a porta se abriu sem cerimonias. Charles esperou Alice entrar e depois fechou a porta, voltando para perto da cadeira de Maya, como um servo leal. Ele ajeitou suas folhas, e até mesmo as canetas na caneca personalizada da Guildmaster, todas rosas e com puffezinhos.

- Certo.- Alice começou, se virando para a Riolu.- Você é a Cailynn certo?

- S-sim!- A garota respondeu, se levantando e estendendo a mão, de modo automatizo.

- Eu sou Alice. É um prazer. Você quer me ajudar na cozinha, não é?

Cailynn pareceu congelar. Como se imediatamente ela ficasse ainda mais tímida, recuando.

- Heya, Alice! O rango de hoje tava muito bom. Acho que essa aqui vai te dar uma ajudinha, se você deixar. -Disse Sally animada, dando tapinhas no ombro de Cailynn.

- Oh.- Disse a loira.- Certo. É bom ter uma ajudante. O que acha de vir conhecer minha cozinha e ir me ajudando?

E Cailynn pareceu sorrir, talvez pela primeira vez no dia.









Fanart#4

Fanart#4



Autora: Virgínia Cardoso de Toledo
Idade: 19 anos
Estado: São Paulo
Técnica: Tradicional
Materiais: Lápis Faber Castell(cor), lapiseira, borracha e caneta nanquim.
Comentário:


OWAOHOHO! Eu não sabia se colocava como página oficial da Gijinka (como "outros desenhos") ou se colocava na categoria de fanart. Mas, enfim, demorei uma semana para fazer esse desenho no meu sketchbook e achei simples. De todo modo, espero que gostem!

Shimezo é um Croagunk que não defini o sexo e nem gênero, mas me baseei no vocalista do Tokyo Hotel (QUE SER LINDO SOCOR). El* trabalha no Swap Shop, mesclando itens e miçangas para fazer suas arte armas/objetos a pedidos dos Pokémon.

*Observação: escolhi não definir qualquer características físicas que a/o classifiquem como homem ou mulher, mas coincidentemente, acabou ficando "swap", ou seja, troca. A ideia não foi ofender ou fazer piada sobre questões de gênero, mas sim não definir nenhum a essa personagem.

3 ANOS DE MYSTERY DUNGEON



3 ANOS DE MYSTERY DUNGEON!! (?)
(toma ae essa arte trash, mas adorei)


MANO DO CÉU, EU FIZ OUTRO POST ATRASADO ATÉ NO ANIVERSÁRIO DE MYSTERY DUNGEON, MAS, CHEGUEI!

Dias de internet caindo, sem PC, fazendo trabalhos de faculdade, estudando calculo, coisas do PC e Arduino que você nunca achou que descobriria (ou foi cedo demais que descobriu e ficou chocada), cuidando da casa e dos seus irmaozinhos, escrevendo yuri outras historias, desenhando sketchs, lembrando que tinha um blog e uma fanfic pra fazer, vivendo mais um monte de coisa.

Mas enfim! Estamos aqui, eu fazendo um post rápido e uma montagem mais rápida ainda! Caraca, 1095 dias com esse blog ativo! Na verdade, 1096 né, chegou atrasada no próprio aniversario da fanfic.

Foram dias de Sally, de Glória, de Ellie, de Luta, e aventuras! Estou muito feliz! Obrigada a todos que acompanharam e aos novos leitores!

Como o tempo passou bem rápido. Parece que foi ontem que eu estava conversando com o Canas se eu poderia entrar na Aliança e escrever essa historia que ficava na minha cabeça! Mystery Dungeon é uma das minhas franquias favoritas. Sky foi o meu favorito até agora! Tantos sonhos, tantas ideias... Tentarei coloca-las nesse blog.

Eu fico muito agradecida por essa oportunidade. Obrigada!

Que venham mais anos! E MAIS CAPÍTULOS, POR FAVOR





Notas da Autora#16




Minha nossa, quanto tempo!

(Lembrei que esse blog existia, rçrçrç)


Senti muita vontade de escrever algo nesses tempos, revisar meus capítulos. E eu precisava de vontade, definitivamente, haahauha.

Faz quase meio ano que não postei nada! E também, esqueci que tinha blog. Ou de uma cachorra, livros, jogos, cadernos em branco... Mas aos poucos, vou preenchendo esse espaço. *suspira*

Enfim, sobre o capitulo!  (Spoilers)

Acabei refazendo ele inteiro, e ficou por volta das 2.800 palavras, uma boa quantia, acredito eu. Espero que gostem do meu estilo de escrita, pois com o tempo, eu acredito estar mudando, para melhor. (POR FAVOR, SIM)
Eu vou olhando como eu escrevia anteriormente e ... Jesuix, ate me assusto, como eu escrevia muito mal. Mas, pratica me leva a um patamar decente, acho. Imagina aquela que eu deletei? Nem olho, socorro.



Também, uma boa noticia! Venho arrumado meus Gijinkas e irei refaze-los. Vou tentar algo digital, nem que seja penas o torço. MEXER NO DIGITAL É MUITO LOUCO MANO, TEM QUE TER O TRAÇO BOM TA LIGADO, E A MÃO TREME, SEI LÁ.  Mas, irei tentar.

E enfim, sobre o capitulo, imaginei que conseguiria lidar com a as mecânicas da historia. Li um manga que tinha um sistema de RPG na historia, com drops, bosses, torres e etc. Pensei em mudar algumas coisas na Fanfic também!

Como uma ala medica na Guilda. (Que se dane o hospital, quero nem sabe, rçrçrçrç)


Como um sistema de GPS a Explorer Badge. Possivelmente a explorer badge sera uma celualar ate o final da historia, por que mano do ceu, vai ter que ser.

E o fato de haverem *pessoas * que não cumprem com seus deveres! Ou seja, aplicarem um golpe ( E de Golpe a gene entende ne, ou não) em seus clientes. Não havia isso no jogo, mas também não havia varias coisas no jogo :v
Isso pode ser adicionado a mais uma categoria de ladroes no Outlaw Job. Essa ideia me veio e pensei em introduzi-la.

E mais uma personagem nova! Cailynn! Pensei nessa Riolu, e gostei muito dela. Posso não ter escrito muito sobre ela, mas as coisas virão aos poucos. (Entenderam, virão aos poucos? COM CERTEZA NÃO É O PASSADO DA SALLY, KKKKJJJJJ)


(Desculpa Sally)

E Maya é multi funcional, tipo enfermeira e administradora da coisa toda. Com Teresa, achei interessante ela desenvolver alguns poderes de cura. (Achei bem fofo, me julguem).

E Sally tem varias formas ne. ELA ATACA, ELA PROTEGE E ELA FAZ AMIZADES. É isso.
*drop the mic*

É isso.

Espero que tenham gostado! Obrigada por lerem!

Capitulo 16: Cailynn















Sally tossiu, cobrindo seu nariz com suas mãos. O tempo havia estado seco, até mesmo para Ellie e não demorou muito para que a garganta da Totodile ficasse seca e tivesse que pegar sua garrafa personalizada (recém adquirida-uma barganha, segundo ela). Bebendo de pequenos goles, grunhiu até a sua voz voltar ao normal.

- Cara, detesto clima seco. -Resmungou baixo, voltando a guardar sua garrafa na mochila.- É por isso que eu gosto do outono.

- Outono é um pouco menos seco e chove bem.-Respondeu Ellie, girando a caneta em suas mãos.- E podemos pegar esse quest aqui.

Pegando um pedaço de papel no Bulletin Job, mostrou a Sally, que rapidamente acenou com a cabeça. Então, subiram as escadas. 



***


- Charles, querido, aonde estão Sally e Ellie?

- Oh, Maya!- Se aprumou o Chatot, ajeitando seu terno.- Elas saíram agora. Gostaria que levasse algum recado a elas?

A Wigglytuff colocou uma mão em seu queixo e outra na cintura. 

- Não, não seria preciso. Mas, Charles, poderia convocar amanhã todos os membros da guilda?- Pediu, inclinando sua cabeça para o lado. 

Charles suspirou, abaixando os ombros. Por fim, sorriu e confirmou o pedido da Guildmaster.



 ***



- Tudo pronto. FINALMENTE.- Exalou Sally, expreguiçando os braços, bocejando logo em seguida. - Acho que não vai demorar muito né?

- Oh. Por que?- Ellie levantou, terminando de conferir as malas.

Colocou a alça no ombro e a jeitou. Bateu a sola dos sapatos, como um costume que tinha. Era tão discreto que achou que Saly não havia percebido também.

- Ashara ainda está na cidade, não está? Vocês não combinaram de ir ao Spinda Café?

- É mais uma competição pra ver quem aguenta o Shake mais doce. Minha sorte, é que guardamos algumas Gummis.

A garota estava tão ansiosa que que mal mantinha seus pés parados no chão, suas mãos em constante movimento, seja na cabela, tocando nos cabelos, ajeitando seu blusão. Até mesmo revirando o nó de seu lenço amarrado no punho, por de baixo da blusa.

- Vocês duas não pegam jeito quando não estão trabalhando, pelo visto.- E suspirou Ellie, derrotada.

E andando até as Crossroads, Sally balançou a cabeça, os cabelos curtos batendo em seu rosto levemente.

- Eu só percebi que tem pessoas muito legais ao meu redor. Então quero aproveitar meu tempo com elas e fazer novas memórias! É maravilhoso.



***



Deslizando os papeis em sua pequena mesa, Gerren abriu outras duas gavetas, procurando outros documentos, e ao achar o que precisava, se dirigiu a porta. No momento em que girou a maçaneta, a porta foi empurrada e uma grande figura apareceu.

Era o seu oficial, Magnezone, com seu porte musculoso e largo. Ele precisou abaixar a cabeça, para observar Gerren nos olhos, como um sinal do confiança. Seus olhos eram vermelhos com um tom de marrom, quase escondidos por de baixo das sobrancelhas grossas.

- Gerren, você resolveu bem o seu caso.- E acenou a cabeça devagar.- Tirando o fato de que envolveu uma civil.

Novamente, o Growlithe manteve as costas eretas, por mais difícil que fosse depois de seu chefe apontar uma falha sua. Ele estava correto, mas não era qualquer civil. Fora Ellie que o ajudara em sua missão e ela mereceria créditos por isso.

- Senhor, a civil é Ellie, uma exploradora da categoria Silver na Guilda Hopes and Dreams. Ea foi de grande ajuda, já que havia uma emboscada.

- Mesmo vocês dois tendo a categoria Silver em comum, isso não diz ao respeito que ela não deveria ter se envolvido nisso sem aviso prévio.- E ele apoiou os as mãos em sua cintura. - Gerren, na próxima vez que isso ocorrer, você deve preencher a ficha dos envolvidos. Estamos entendidos?

- Sim, senhor.- E acenou a cabeça, compreendendo.

- Excelente.- Falou de um modo automato, como convinha alguns Pokémon do tipo Steel.- Traga-a a mais rápido possível para que ambos peguem as recompensas.

E se virou, prestes a fechar a porta.

- Gostaria de conhece-la.

E fechou com um baque.




***



O inimigo de Sally caiu no chão, derrotado no combate corpo a corpo. Ela então recolheu o item deixado para trás, outra Blue Gummi, e sorrindo, guardou-a em sua mochila. Ellie acenou com a cabeça, voltando ao andar.

- Eu acredito que estamos bem perto dessa vez.- Sussurrou a Snivy, pegando a Quest e conferindo com o sensor de sua Badge.

- Não tem como não acha-la.- Disse Sally, virando o rosto. - Digo, ela mandou um pedido de socorro, certo?

- Sim, mandou. Mas o sensor do mapa não coletou dados sobre. E já estamos quase no fim da Dungeon...

- Hey, Ellie, já parou pra pensar se ao resgartamos, não haveria recompensa?- Perguntou, colocando as mão na cabeça.

A outra garota diminuiu seus passos, um pouco surpresa.

- Bom, ou eles podem cumprir conforme está na recompensa... Ou ficarão devendo a recompensa. Acredito que o nome fique comprometido, se eles não entregarem o que foi escrito...

- E se não pagarem? E se fugirem?

A Totodile girou a cabeça, tão rápido que até a Snivy se assustou e exclamou um "Oh", baixinho.

- Não vi casos desse tipo.- Respondeu.- Ashara também trabalha com isso, pelo que Rocha me falou.

- Ué, ela trabalha?

- Sim, Sally. - Resmungou.- Eles vão de Guilda em Guilda, recolhendo dados e os enviando para o Conselho. Eles verificam se os times de exploração cumprem as regras, e se a Guilda está de acordo com as normas. Se você parar pra pensar, deve ser difícil manter uma guilda...

Por um momento, Sally pensou que sofriam abuso- o fato de terem apenas uma baixa porcentagem do dinheiro que recebiam nas missões. Mas, ao menos, recebiam os itens. Afinal, era como Ellie disse: não deveria ser fácil manter um lugar daqueles. Sejam pagando os membros que trabalhavam ali, as manutenções, alimentação, iluminação...

- Sally, você sequer pensou que podem haver exploradores que exigem recompensas de alto nivel, mesmo que já tenham recebido o lucro de um Quest?

Sally não pestanejou em perguntar.

- Isso não é contra as regras?

- É, é sim. E que, ainda por cima, perseguissem seu cliente, exigindo outras formas de pagamento?

- Isso seria horrível!- Gritou a garota, começando a se enfurecer.

- Por isso há Pokémon como Ashara, que seguem as regras do jogo.



*



Algum tempo depois, o sinal da Badge de Ellie começou a piscar, revelando um ponto amarelo não muito longe de sua atual localização. Elas se empolgaram, mas acabaram descobrindo que havia uma parede grossa as separando.

- Tá de brincadeira, não é?- Berrou Sally, seu grito ecoando por toda aquela sala.

E antes que Ellie respondesse, sua Badge apitou, e ambas se viraram a tempo de ver outro Pokémon chegando em sua direção. Se tratava de dois Psyducks, Pokémon nativos da Waterfall Cave. Por suas expressões, estavam tão surpresos quanto a dupla.

Eles esperaram os inimigos se aproximarem, mas não ouve movimentos.

- Sally, acho que não precisaremos lutar...- Sussurrou Ellie, dando poucos passos na direção do corredor. Era como se seus passos não emitissem nenhum som.

- Mas, eles... nós não devemos lutar sempre?- Perguntou, indecisa. Sally ainda não havia se movido de sua posição. - Os Pokémon daqui não são... Selvagens? Digo, eles não são alterados a ponto de nos atacarem?

- A grande maioria sempre foi assim, Sally. Vamos.

E se virando devagar, a dupla saiu rapidamente, e os dois Psyducks continuavam parados em seus lugares.



*


- Espero que eles não apareçam de novo.- Falou Sally, ingerindo uma Oran Berry.

- Você sabia que os Pokémon de dentro das Dungeons, são diferentes? Eu já vi boatos de alguns exploradores de que eles não atacam vendedores nas Dungeons, mas os próprios exploradores. E que ao serem recrutados, eles agem normalmente, como nós.

- Hey, Ellie, como pode isso? Quer dizer que se recrutarmos os Pokemon da caverna, eles viram... Gente?

- Teoricamente, já que foram poucos Pokémon que quiseram sair de suas Dungeons. Eles nascem e vivem uma vida inteira aqui. Dungeons são grandes demais, e talvez contenha lugares que nunca saberemos...

- Como vilas escondidas? - Perguntou, começando a morder uma maça enquanto andava.- Tesouros?

- Sim. Espero que um dia, a gente ache uma dessas. E que ninguém saia prejudicado.

Quando perceberam, estavam na sala certa. A Badge das garotas emitia uma luz constante amarela, indicando que o outro Pokémon a ser resgatado, estava próximo. Atravessaram por entre as pedras e as pequenas poças, avistando enfim, outro Pokémon.

A forma estava escondida entre duas pedras, agachada e se cobrindo. Possivelmente tentando se aquecer, já que fazia um pouco de frio nessa ultima sala.

E também, se podia ouvir o som de água caindo, como uma cachoeira do outro lado das paredes. Afinal, quem havia tampado esse buraco? E por que surgiu outro? A primeira resposta em sua mente foi a de Ashara, Rocha e Diana. O trio era forte o suficiente para mudar algumas estruturas da Dungeon, se agissem juntos. Sally perguntaria isso na próxima vez que os vissem.

Por fim, se aproximaram e Sally se agachou, mais a vontade do que Ellie, que ainda estavam para trás, observando.

- Oi, você é quem procuramos?- Perguntou a Totodile, um pouco descontraída.

A figura revelou ser uma garota, de cabelos azuis escuros e olhos vermelhos, que tinha algumas lagrimas secas no rosto. Ela franziu o rosto antes de perguntar.

- Quem você procura? - Perguntou, num tom triste.

- Aqui, ó. - E Sally acenou para Ellie, que deu a Quest em sua mão.- Aqui diz que uma Riolu, Cailynn, procura ajuda. É você, não é?

- Sim.- E acenou a cabeça. - Vocês chegaram... Isso é bom.

E quando a garota tentou se levantar, a mesma caiu, mas foi segurada por Sally que se moveu rapidamente. Ela olhou para Ellie surpresa, antes de tombar a cabeça para o lado e seu corpo ficar mole.


*


Retratando o ocorrido na Guilda, Ellie saiu do escritório de Maya, se dirigindo para o outro quarto, onde Sally estava. Chatot, na qual conversara e anotara tudo que a Snivy disse, a seguiu um tempo depois, fechando a porta.

Teresa, a Sunflora, mantinha suas mãos acima do corpo da garota deitada na cama, uma luz verde saindo de suas mãos. Quando os Pokemon estavam no mais completo silêncio, Maya, que examinava a Riolu desmaiada, se levantou e guardou os equipamentos, Teresa recebendo um sinal para parar oque estava fazendo. Ela se aproximou de Charles, que apenas acenou para ela.

- Não há nada para se preocuparem. Fizeram bem em traze-la para cá.- Sorriu. - Temos sorte de ter Teresa, que entende mais do que eu sobre primeiros socorros.

- Não é preocupante, foi apenas uma exaustão. A julgar pelos sintomas, ela teve uma grande carga de estresse e desmaiou. - A mulher loira se levantou, suspirando.- Ela vai estar bem amanha.

Acenando e murmurando um "boa noite" baixo, ela saiu primeiro. Charles fechou a porta, começando a falar com sua voz grave.

- Gostaria que, se ela acordasse, viessem me avisar imediatamente. Enquanto isso, peço que uma de vocês permaneça nesse quarto, para que ela não acorde sozinha.

Ambas as garotas se olharam, e Sally moveu os ombros.

- Okay, eu fico então.

- Amanhã resolveremos esse caso. - Respondeu o homem de terno, abrindo a porta.

- Tenham uma boa noite, meninas. -Disse Maya, acenando e saindo da sala.

Quando se foram, Sally se deitou na cama do outro lado, enquanto Ellie se aproximou da Riolu, que dormia profundamente.

- Urgh, sério, quando foi que construíram essa sala? Eu não sabia dela e ela fica bem no inicio do corredor.

- Charles me falou hoje que essa sala quase foi esquecida, pois não é muito usada. E também, o Heitor acabou esquecendo de colocar a placa dessa sala. - Disse cansada.

- Bom, melhor dormimos.-Disse, terminando de se ajeitar.- Boa noite Ellie.

- Vou para o quarto. Noite, Sally.


*


Quando era tarde, por volta de umas duas da madrugada, Sally não conseguia dormir.

Não sabia se era por causa da cama, que era macia demais, ou o travesseiro, um pouco mais grande do que usava na hora de dormir. Por fim se revirou novamente e se sentou, acendendo o abajur ao seu lado.

Para sua surpresa, a garota da cama estava de pé, prestes a abrir a porta. Ela tentou abrir, mas estava trancada.

- Mano, Cailynn, que você ta fazendo?- perguntou Sally, se levantando da cama. Ainda estava com as suas roupas de exploração, fazendo com que a garota a reconhecesse.

- Oh! Foram vocês que me salvaram? É por isso que estou aqui?- Perguntou, surpresa, mas não se afastando da porta.

- Bom, sim. - Respondeu Sally, se aproximando.- Você tá legal? Acho melhor você dormir e amanhã resolvemos isso.

A garota pareceu refletir sobre, mas Sally conseguiu ver a sua face pensativa na escuridão.

- Você estava pensando em fugir?- Perguntou devagar.

- N-não! Imagine, eu, fugir, hehehe...

Sally conseguiu farejar a mentira, nem precisando fazer esforço. Mas ainda sim, sentia um pressentimento da garota, neutro. Era diferente, de como sentiu dos outros Pokémon que conheceu antes. Alguns haviam um bom pressentimento, como Ellie, Gerren, Ashara e o pessoal da Guilda. E ruim, como na vez que desconfiou sobre Skulltank e seus parceiros.

- Quem é você? Por que quer sair sem avisar?- Sally perguntou num tom diferente, e por um momento, sua figura ficou entre as sombras, apenas parte do corpo iluminada pela luz frágil do abajur.

- B-bom... Eu... Olha, me desculpe, eu preciso sair.- Disse, começando a se assustar, se encostando na porta a frente de Sally.

- Não tem como sair dessa Guilda a essa hora da noite.

O clima estava começando a ficar estranho, e o medo e ansiedade da garota a sua frente eram tão perceptíveis quanto as pernas que tremiam. Sally estava parada, imóvel. Como um predador observando sua presa, ela apenas fez o que o corpo mandou.

- Por que quer fugir?

- B-bom... É que... Eu não tenho dinheiro o suficiente para pagar pelo seu serviço.

- Acho que, fugir não é a melhor opção.- Respondeu, saindo das sombras e acendendo a luz quando se aproximou da Riolu, que recuou.- Não fique muito preocupada com isso. Charles e Maya vão pensar em algo sobre isso.

- Quer dizer... Que vocês não irão me roubar? Mesmo eu tendo mentido sobre a recompensa?

Sally se surpreendeu, arregalando os olhos. Agora que seus pensamentos se alinhavam e se encaixavam com oque Ellie dissera antes, enquanto estavam na Dungeon. E se realmente houvesse Teams que roubavam ou achavam outras formas de pagamento?

Não, esse não seria o caso de sua Guilda. Mesmo não tendo lido quase todo o livro de regras como Ellie, saberia que não poderiam fazer isso. Charles e Maya eram muito inteligentes para isso, e sabiam que cumpriam com as regras do Conselho dos Pokemon. Mas, Sally não tinha certeza, e não gostava de falar do que não tivesse muita certeza.

- Eu não sei o que vai acontecer, mas você não precisa se desesperar pra isso. Eles irão dar um jeito.

A garota pareceu relaxar um pouco os ombros. A aura do ambiente não era mais assustadora, mas amigável pela expressão de Sally, que ficou relaxada e sorriu. A garota então se sentou na cama, o sono voltando.

- Eu... Espero que de tudo certo.

- Enquanto isso, você não quer me falar como foi parar na Waterfall Cave?- Sally sugeriu, também se sentando na cama.

- ... Bom... Eu estava com meu amigo Vergil, um Jolteon.- Começou devagar, olhando para o chão.- Nós formamos essa coisa de Time de exploração por causa dele, e ao ouvir noticias numa vila aqui por perto, decidiu explorar essa tal de..Waterfall Cave. E quando menos esperávamos, fomos derrotados por uma... Como era o nome? Monster House? Foi assustador.

A garota, Riolu, mexeu em suas mãos enluvadas, como se sentisse algo passar por elas. Talvez o medo que sentiu naquele momento. Antes de continuar, ela percebeu algo e perguntou.

- A-ande estão minhas botas?- Ela olhou aos redores.

- Bem ali.- E Sally apontou para o canto esquerdo da sala. - A nossa enfermeira tirou pra você. E olha, acho que não dá pra fugir sem um calçado né?

A garota riu, mesmo que pouco. A Riolu suspirou, um pouco aliviada. E continuou.

- Tem razão. Mas... Bom... Depois dessa Monster House ele desapareceu e eu não.

- Despareceu?- Perguntou Sally, surpresa.

- Sim. Não sei o que aconteceu com ele, mas senti que se passou muito tempo e enviei um pedido de socorro com uma recompensa grande... Que não tinha como eu pagar tudo aquilo. Como havia dado quase todos os meus itens para ele durante a batalha e não sobrou muito... Bom, não me admira que eu desmaiei...

- Vocês tem a Explorer Badge?

- Explorer Badge?- Disse, confusa.- O que é isso?

- Bom, essas coisas aqui.- E Sally pegou de sua mochila. - Veja, é uma insignia, que mostra que pertencemos a uma Guilda. Nunca pensei que não-exploradores tentassem explorar as Dungeons...

- Mas, por que sera que ele desapareceu?- A Riolu voltou a pensar, falando num tom triste.- Eu não consigo parar de pensar nisso.

- Hum....

"Pense, Sally. De duas ou uma. Ele poderia ser um explorador, mas não contou a Riolu e quando falharam, a deixou ali... Ou ele pensou em algo e voltaria para a Dungeon... Mas, se passaram muitos dias... Ou ele traiu a confiança de Riolu e fugiu, ou ele poderia ser um bandido que atuou e por fim a roubou...."

- Eu não sei por que, mas descobriremos isso.- Se assegurou Sally, acenando positivamente com a cabeça.

- Eu... Não perguntei o seu nome. Como se chama?

- Eu sou a Sally. E acho melhor nós irmos dormir.- Falou, bocejando tão alto que a própria Cailynn bocejou logo depois.

Dito isso, ela se levantou e ao apagar a luz do quarto, correu para a sua cama. restava somente a luz do abajur.

- C-certo. Eu posso dormir nessa cama?

- Você estava ai antes, então seria ate melhor.- E se enrolou em seus cobertores, ajeitando-se no colchão.- Quanto melhor descansar, melhor estará para amanha, não é?

- Tem razão. -Concordou, se deitando também.- Então... Boa noite Sally.

- Boa noite.

- E... Obrigada por me ajudar.- Sussurrou baixinho, tendo certeza de que a garota não ouviu.









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