- Back to Home »
- Capitulos »
- Capítulo 21: Palavras esquecidas
Posted by : WhiteVir
domingo, 12 de janeiro de 2020
CAPÍTULO 21: PALAVRAS ESQUECIDAS
A floresta estava silenciosa. Quieta.
As gotas caiam das folhas das árvores, o vento passava por entre as árvores, o som de seus passos pisando na grama e nas raízes. Tal era o nome daquela floresta, a dos esquecidos.
A mulher de cabelos verdes e amarelos, vestimenta vermelha e espadas embainhadas, caminhava duramente. Não havia ninguém além dela naquele lugar, ou se tivesse, não havia mostrado as caras perante um ser com tanta aura raivosa.
Ela sentiu um gosto salgado, como se
tivesse misturado água com gás e sal. Como se tivesse mastigado algo que passou
do ponto. Era ruim e colocou a língua para fora, como se tentasse se livrar mas
não conseguia.
- Alguém deve estar falando de mim. -
Disse, baixinho.
Resmungou e seguiu em frente, movendo a
cabeça para cima e para baixo, como se tivesse se conformado. Estava a mil
naquele dia - não como se não estivesse nos outros dias - olhando para o chão
como se não ligasse para o o que passasse ao seu redor. As vezes falava alto,
chutava a grama com raiva ou até mesmo abria a boca sem falar nada. As coisas
não andavam bem.
- Inferno.
Se lembrava de cenas que a irritavam
demais (como pessoas paradas a sua frente, ou então pessoas que a provocavam
lentamente, como arranhar a lousa) ações que não irritariam tantas pessoas no
cotidiano, mas para ela, alguém apressada, isso era a gota da água. Sentiu
um nojo surgir de dentro, passando pela sua garganta com uma sensação ardente e
antes que percebesse, cuspiu, atingindo a pedra. O respingo parou em sua bota,
e se irritou mais, com vontade de tirar a bota e quebrar a pedra. Mas era
inútil, então guardou a raiva para si mesma. Não ia adiantar nada, mas o
sentimento ficou, rodeando-a como um animal rodeava presa antes do abate.
- Sinceramente. Inferno. -
Grunhiu, mais parecendo um rosnado.
Em seu bolso, algo parecia chamá-la.
Prometera que não fumaria. Prometeu que
não acenderia um daqueles cigarros, e parou de fato. Mas havia feito um com as
coisas que a natureza lhe dava. Não era toxico, mas não chegava perto da
sensação de queimadura e calmaria que o outro passava antes. Então pegava
folhas de algumas plantas e mascava, ou apenas segurava e esmagava com a mão, o
sulco escoando pela sua luva.
- Saco, que se dane! Isso nem chega perto
do que era e não tem cheiro ruim.
Pegou a planta enrolada, colocou na boca e
começou a mascar, mais e mais forte, os dentes fortes e meio amarelados rangendo uns contra os outros.
A cada mordida, um pensamento de raiva. De
hoje, ontem, e os fatos do passado que a traziam até aqui. Em suas veias,
sentia algo ruim correndo, algo que não era dela mesma, como se a raiva fosse
veneno. Incomodava, e se perguntava várias, várias vezes. Teria valido
a pena? Do que adianta agora? Não dá pra reverter? Preciso aceitar esse fato,
seguir em frente?
Não.
A raiva não deixava, então pegou novamente
sua espada, olhando para as pequenas marcas que compunham sua katana.
Era como se até o objeto ria de sua cara.
- ...Vai a merda!
Embainhou a espada, que também horas atrás lhe trazia
conforto, mas quase a quebrou. Sentia que podia quebra-la facilmente com o
poder de seu ódio. Ódio deixava as pessoas mais fortes, de um jeito ou de
outro.
- Por que nada dá certo? - Se perguntou.
Franziu as sobrancelhas de novo, mascando
mais forte.
- Ack!
Mordera a língua e sentiu o gosto de
ferro do sangue, o desespero dos dentes enterrando na própria carne e não poder
fazer nada. Demorou para processar, como se seu corpo parasse e
atrofiasse.
"As coisas não vão como eu
quero!"
E não pensou em mais nada. Por hora, apenas desistiu.
Passou mais algumas horas caminhando,
tentando não pensar em nada, quando achou um vilarejo. Ele não era grande, mas
parecia que parte da população vivia bem, só de olhar com seus olhos afiados
para a ambientação. Boas casas, instalações, luz e lugares com amontoados de
pessoas. Era de estrutura semelhantes a casas simétricas e feitas com madeira.
Não achava nem mesmo uma janela diferente da outra, embora as cores fossem
variadas nas ruas de pedra.
Supôs que não deveria estar lá muito longe
de seu objetivo. Embora, a parte difícil começaria aqui. Precisaria de
informações.
Caminhando pelas ruas, viu vários Pokémon
passeando, geralmente em pares. A essa hora da tarde, ainda via crianças brincando
nas ruas de pedra com bolinhas, pedras e tudo que havia por perto. Algumas
senhoras estavam na varanda, tecendo seus crochês, outros senhores estavam
reunidos e escutando um rádio pequeno, senão conversavam e abanavam suas
cabeças com seus chapéus de palha, que quase caiam de suas cabeças.
Recebeu alguns olhares curiosos pelo longo
do caminho, embora os ingonorou, olhando para o chão. Deveria estar com tanta raiva que se alguém chegasse perto, ficaria irritadiço também.
Um tempo depois, quando sua intuição a fez parar, ohou para cima vendo uma placa pendurada por correntes pretas, escrito "Taverna do Groundon!". Abanou os ombros e colocando as mãos nos bolsos da calça, entrou.
Um tempo depois, quando sua intuição a fez parar, ohou para cima vendo uma placa pendurada por correntes pretas, escrito "Taverna do Groundon!". Abanou os ombros e colocando as mãos nos bolsos da calça, entrou.
A porta de madeira rangeu alto e os
olhares se voltaram para ela no momento que pisou no assoalho de madeira. O
restaurante - era o que parecia - tinha mesas, cadeiras tudo feito a madeira.
Havia quadros pendurados, mas pareciam um pouco gordurosos quando se olhavam
para os vidros, que estavam pouco embaçados. O cheiro era de pão quente, suor
de pessoas alegres, que se exaltavam demais e falavam alto. Por que seguiu sua
intuição? Só queria um lugar com silêncio, mas nem isso conseguia achar. Talvez deveria voltar para a floresta.
"Estupida intuição."
Uma mulher chamou sua atenção, vindo até
ela. Parecia ser a atendente, pelo vestido vermelho e avental branco, porte
baixo e um busto pequeno. Tinha o cabelo vermelho e olhos marrons e mãos um
pouco calejadas.
- O-olá! Posso te ajudar? - Disse com uma
voz alegre, mas como se fosse forçada, como se estivesse com receio de se
aproximar.
Percebeu pelo jeito que ela falava, que
deveria usar outro idioma. Outro vocabulário. Mas não estava difícil como
antes. Estava pensando até mesmo nesse jeito.
- Eu gostaria de algo para beber.
- Ah! Claro. Você está sozinha?
- Sim.
"Por favor, não demore. Preciso achar
um lugar para dormir."
- Por aqui.
Conforme seguia, algumas pessoas olharam
para ela. Suas roupas diferiram das pessoas, das crianças e das famílias em
geral daquele lugar. As mesas estavam em geral cheias, por vezes alguma figura
a olhando de soslaio. Ela a guiou para o balcão, ontem sentou em uma cadeira
alta e almofada. Colocou as mãos em cima do balcão, quando a garçonete trouxe o
cardápio.
- A vontade!
- Ei! Elena!
A mulher se virou, e viu que um grupo a
chamava. Era da mesa grande, aparentemente de uma grande família, com crianças,
avós e muitos adultos. Foi na direção deles, anotou os pedidos e andou perto do
balcão, onde tinha uma parede cheia de papéis, podendo ser visto os cozinheiros em ação. Ela
pendurou ali e uma mão de dentro pegou o papel, uma voz masculina
começando a berrar o pedido.
Enquanto isso, observou o lugar, já que
decidira o que pedir. Era grande, mas só tinha um andar, sem a presença de
escadas, uma grande estante de vidros coloridos na sua frente que se estendia
por quase toda a parede, um espelho e armários com portas de vidro. Achou a
decoração confortável, pois era diversa. Havia um globo, mostrando os
continentes, quadros pretos e brancos, alguns de rostos, outros com imagens
simétricas e coloridas. Até mesmo uma bicicleta estava pendurada no teto. Como,
não sabia, mas aquele lugar diferia do ambiente do vilarejo.
Talvez por isso estava bem frequentado
hoje.
- Ah, você já decidiu? - Perguntou a
mulher, um pouco menos tímida. Percebeu que ela tinha algumas sarnas no rosto,
pequenas, que realçavam sua pele clara e cabelo vermelho.
- Sim. Eu quero esse aqui.
Apontou com o indicador e com um aceno de
cabeça, a mulher se virou, voltou para a frene do balcão que saiam os pedidos e
não tardou para entrega-los aos clientes. Agora, na frente da espadachim,
começou a pegar os vidros, frascos e copos da grande estante a sua frente. Com
rapidez e precisão, ela misturava tudo, mexia e depois misturava de novo. Por
fim fez uma espécie de malabarismo, que não a impressionou (muito).
- Prontinho.
- Onde eu pago? - Perguntou diretamente.
- Pode ser comigo, ou se preferir, você
mostra esse papel papel no caixa.
- Caixa?
- B-bom, é, ali.
Apontou para um lugar que parecia uma
cabine, também de madeira. Dentro dela havia um homem, também com algumas
coisas dentro, caixas coloridas e até brinquedos pequenos.
- Entendi. Isso aqui cobre?
Ela estendeu umas moedas, de cor prateada.
Aquilo fez a mulher ficar surpresa.
- Da onde é isso?
Talvez ela tenha falado até alto demais.
Todos pararam para olhar.
A espadachim não se abalou. Também não
tremeu as mãos.
- Ah, vocês não aceitam esse tipo de
moeda?
- É uma moeda estrangeira? Nunca vi ela
antes! Da onde você é?
A mulher guardou na pequena bolsinha.
Pegou outras moedas, e mostrou a garçonete, que aceitou.
- De muito longe. - Respondeu.
- Ah... Nossa, que legal! - Disse feliz,
começando a perder a timidez. - Que lugar é?
A mulher de cabelos verdes olhou ao redor,
colocando o canudo nos lábios. Ao ver que não era mais o foco da atenção, olhou
para a garçonete.
- É um lugar triste.
A feição da mulher mudou totalmente,
chegando a dar um passo para trás. Ela ficou triste também, com os olhos
cabisbaixos e e sobrancelhas caídas.
- Eu busco uma coisa. - Falou, colocando o
copo na mesa, o liquido quase no fim. - Você acha que pode me ajudar?
- A..acho que sim.
Ela pegou um mapa, colocando em cima da
mesa, puxou uma caneta da manga e perguntou aonde estavam.
- Nós estamos aqui não é? Pode me dizer
aonde fica a caverna do guardião?
- Hum? - A expressão mudou para surpresa.
- Nossa, que estranho! Uma mulher veio perguntando a mesma coisa nesses dias...
Mas olha-
- Uma mulher? Como ela era? - O timbre de
sua voz alterou. Isso assustou a garçonete, e ao perceber, pediu desculpas.
- A-ah... Tudo bem... Era uma mulher bem
alta... E ela era bonita, usava um casaco cinza e o cabelo era preto. Nunca vi
alguém como ela, é conhecida sua, será?
- Acho que sim. - Concluiu, mais para si
mesma, acenando devagar com a cabeça. - Mas poderia me dizer aonde fica esse
lugar?
- Ah claro. Aqui.
Apontou e disse mais algumas coisas sobre.
Parecia que a garota gostava de geografia e começou a se estender no assunto.
Percebendo que ficaria alia a noite inteira se deixasse, pegou os detalhes mais
importantes e anotou em uma caderneta pequena. Guardou tudo em seus bolsos e
terminou a bebida, que nem gelada estava mais e agradeceu.
- A-ah, obrigada pela visita!
Acenou de costas, andando até a a saída.
Não havia quase ninguém no bar a essa hora.
Apressada, não ligou se era de noite. Com
rigor revigorado, ela decidiu fazer o caminho.
Para sua surpresa, sentiu uma gota de
chuva em seu chapéu. Ah não, se encharcaria novamente. Nesse momento, um
cansaço a atingiu. Como se ao sair daquela bolha aconchegante, suas dores,
pesares e raiva voltassem.
- Legal. Divertido.
Então deu meia volta e se agradeceu por
ter visto uma pousada, voltando os quarteirões correndo. Ela chegou no lugar,
com a respiração um pouco rápida e com sorte de não ter pego muita chuva. Tinha
apenas alguns respingos no colete e mangas.
O lugar estava com uma pequena luz acessa
no teto, mantendo um estilo de decoração antiga, muitos vasos detalhados,
mobília de madeira envernizada, cortinas bordadas com um leve cheiro de
removedor. Cadeiras com almofadas estavam encostadas nas paredes, quase ficando
com pó. A mulher viu uma luz vindo da janela e se preparou para o raio. A sua
frente tinha um balcão de madeira, não muito alto e atrás dele, uma parede com
frestas entres as madeiras, como nichos, para as chaves dos visitantes.
- Olá? - E o trovão soou, com uma chuva
ficando mais forte.
Uma senhora saiu de trás do balcão,
andando com uma bengala. Os cabelos eram azuis claros, como se tivesse sido
tingido há alguns dias. Suas roupas eram coloridas, um casaco grande laranja
com bordas vermelhas. Os habitantes realmente se vestiam de modo colorido.
Se aproximando na velocidade que sua idade
permitia, ela tinha um olhar astuto, olhos semicerrados escondidos num
óculos de garrafa, lábios com batom cor de rosa voltados para baixo.
- Boa noite. - Disse a mulher espadachim. Tentou controlar seu tom de voz, para que não assustasse a outra pessoa. - A senhora por acaso teria vagas? Gostaria de passar a noite fora da chuva.
- Depende.
"Oh? É assim? ENTÃO TUDO BEM. Tá tudo bem, eu não vou surtar hoje, agora não."
- ...Tudo bem. - Disse devagar, começando
a dar meia volta.
- Ah-ah! - Gritou, com a mão para cima. -
Espere, estava brincando!!
A feição da mulher mudou de azeda para
divertida. Ela mostrou os dentes um pouco amarelos, começando a rir.
- Estava brincando. Eu sempre faço isso
com clientes novos. Esse adultos de hoje em dia...
Apoiando as duas mãos na bengala, ela
grunhiu e começou a falar.
- Eu tenho um quarto sobrando hoje. Você
deu sorte.
Decidiu ficar e pagou o preço. Era mais
barato, pois não queria o café da manhã. Mas a senhora ofereceu de graça mesmo assim, insistindo que ela parecia magra, um pouco "ossuda" como falou.
Quando estava subindo a escada de madeira
do hotel, a porta da entrada se escancarou. A atendente tomou um susto, quase
caindo da cadeira se não tivesse se segurado no balcão.
- M-meu Arceus!!- Gritou ela, ajeitando o
óculo no nariz.
- Valléria! - A mulher encapuzada e
ensopada da chuva gritou.
E quando escutou a voz, agiu sem pensar
duas vezes, atirou uma adaga brilhante, com toda sua força, cortando o ar. O
vulto sumiu, aparecendo a dois metros de distância, para a direita da porta,
quase no meio do salão.
- Espere! - A vítima falou.
Atirou outa adaga, jogando-a que ouviu o objeto atingindo a parede antes mesmo de ouvir o zunido do metal. O alvo desviou com graça e ficou perto do balcão, perto da senhora que estava agachada e escondida.
- Não. - Respondeu a que seria Valléria,
espadachim de cabelos verdes.
- Espere, você vai querer ouvir isso!- Implorou, levantando as mãos enluvadas como se tivesse se rendido.
O vulto tirou o capuz num lampejo do
trovão, a luz do salão apagou e então tudo ficou escuro. Valléria parou. Com a
adaga em mãos, ela parou antes de jogar.
Quando a luz voltou, conseguiu ver o roto com
clareza. Era uma mulher, conhecida, mas diferente de um jeito que não sabia
explicar. Não sabia o que havia causado aquilo, mas os olhos, mais
amadurecidos, ainda eram da mesma pessoa. Coincidia na descrição da garçonete.
Seu coração começou a bater rápido, sua feição de ódio virou surpresa.
- Te dou um minuto antes de enterrar isso
em você. - Grunhiu, mas não guardando a adaga.
- Eu... Queria te dar isso. - Se
aproximou, como que sem medo de andar na direção do predador.
Estendeu um papel, esperando que Valleria descesse e o pegasse. Então, a menos de um metro
dela, os olhos que se encaravam desviaram. Talvez um misto de vergonha e raiva, e a espadachim parou. Sentiu um arrepio na espinha e seu lábio inferior tremeu. Ela gostava dessa sensação.
- Por favor, acredite em mim. -Suplicou a mulher de cabelos pretos. -
Eu-
- Silencio. - Falou ríspida. - Vou ler.
A mulher ficou quieta e concordou com
aceno de cabeça.
Rapidamente ela leu o bilhete. Seus olhos
se arregalaram.
- Você... É o que eu penso ser?
- Eu não sei. - Disse determinada. - Mas
preciso da sua ajuda.
- Temos que conversar. - Valléria disse,
com um tom de preocupação na voz.
Nesse momento, a senhora saiu do balcão,
devagar. Ela ainda tremia, mas não ousou falar nada. Apenas ofereceu a chave do
quarto com as mãos ossudas tremulas.
As mulheres se entreolharam. Valléria
pegou suas adagas. A andarilho fechou a porta da frente. E então ambas
começaram a subir as escadas.
*
No quarto, Valléria foi na frente, tirando
seu cinto, enquanto a outra fechava a porta.
- Valléria eu-
- Quieta. Eu ainda estou processando.
Talvez processe melhor depois de um banho.
Ela rapidamente tirou o casaco, ficando com uma blusa branca por baixo. Pendurou-o na cabideira, sentou-se na cama tirando as botas pretas. A outra mulher engoliu o seco e voltou a falar.
Ela rapidamente tirou o casaco, ficando com uma blusa branca por baixo. Pendurou-o na cabideira, sentou-se na cama tirando as botas pretas. A outra mulher engoliu o seco e voltou a falar.
- Mas, por favor você-
Ela moveu a mão, como se pedisse para
parar. A sincronia entre as duas parecia ainda funcionar bem.
- Eu quero dormir por hoje. - falou, franca. Embora parecesse mais cansada.- Vamos tomar um
banho e nos falamos.
- O que? - recebeu um olhar fixo em seu torço.
A andarilho, percebendo a situação de suas
roupas, que estavam coladas em seu corpo esguio, ficou quieta. Um leve rubor
tomou conta das suas bochechas.
- Você não acha que há coisas mais importantes acontecendo?
- Você vai primeiro. - ofereceu Valleria, a ignorando completamente.
- Você vai primeiro. - ofereceu Valleria, a ignorando completamente.
Não precisou concordar, sabiam da
resposta.
Ao passar por ela, Valléria permaneceu
dura como uma estátua, olhando para o canto do quarto.
Quando a porta se fechou do banheiro se fechou, ficando sozinha no quarto, perdeu o equilíbrio nas pernas e caiu na cama. Suas mãos tremiam e toda a raiva que tinha foi substituída por descrença, talvez até mesmo um pouco de ansiedade. Algo rodeou no seu estomago e em seu ventre, mas sabia que não era fome, ou cólica. Se deitou de costas na cama. Tirou o chapéu, usando-o para cobrir seu rosto.
Quando a porta se fechou do banheiro se fechou, ficando sozinha no quarto, perdeu o equilíbrio nas pernas e caiu na cama. Suas mãos tremiam e toda a raiva que tinha foi substituída por descrença, talvez até mesmo um pouco de ansiedade. Algo rodeou no seu estomago e em seu ventre, mas sabia que não era fome, ou cólica. Se deitou de costas na cama. Tirou o chapéu, usando-o para cobrir seu rosto.
Algum tempo depois, ambas estavam frente a
frente. A mulher de cabelos pretos decidiu falar. Valleria não estava com sono. Devagar, Valléria foi
entendo. Foi de súbito e uma surpresa. Chegaram a falar alto, a se xingar
também, mas depois de um tempo, ambas estavam angustiadas. Deve ter durado
quase a noite toda.
A andarilha, que não teve seu nome
proferido, respirou fundo. Seus ombros caíram, como se tivesse
tirado um peso nos ombros, fechou os olhos e sentou na cama, ao lado da outra
mulher.
Não foi preciso dizer. Ela ficou quieta,
enquanto a outra se aproximou a abraçou, deitando a cabeça no ombro direito. A
espadachim tinha um rosto obscuro, como se estivesse processando o que tinha sido
dito e que decisões tinha de tomar. Mas seu coração estava calmo, como não
estivera a muito tempo.
Estendeu a mão esquerda, devagar,
acariciando o braço da outra mulher.
- Nós somos realmente adultas agora, não
somos? - disse a outra, baixinho.
- Nós... Tivemos que amadurecer rápido
demais.
Valléria sentia o que ela queria dizer.
Havia dito, na verdade, algumas vezes, na briga, na explicação. Mas não queria
brigar, não mais.
Não foi preciso dizer que sentiu saudades,
desejo, raiva, insatisfação. Ambas sabiam ou tentavam, lidar com suas emoções, a sua
maneira única de ser.
Olá White! Já faz 84 anos mas adivinha quem se lembrou de FINALMENTE se atualizar com a fanfic? O que me valia foi que eu me lembrava de muita coisa dos capitulos que eu cheguei a ler e por isso acabei por pular alguns ou só ler pequenos fragmentos deles para rever o plot, deixando o processo de atualização mais fácil.
ResponderExcluirE caraças tu caprichou MUITO BEM nestes ultimos capitulos adorei a forma como tanto o tom da história e a narrativa mudara para algo um pouquinho mais obscuro!
Bem, até a proxima!
Oi Shii! Nossa muito obrigada! Eu tenho tentado mudar a escrita nos últimos capítulos, algo prático e fácil leitura. Que bom que gostou, estou tão feliz de saber ;3; Embora esse teve uma pegada um pouco diferente, pretendo isso mais vezes
ExcluirRevisei mais os capítulos também, então acho que foi um bom resultado!
Esse capítulo estava a meses parado comigo, mas postar ele foi gratificante :)
Obrigada, até a próxima!