Posted by : WhiteVir sábado, 4 de julho de 2020




Heitor acordou feliz. Tão feliz que passou mais tempo no banheiro que na mesa do café da manhã, e sequer havia arrumando suas bagagens. 

Passou a maior parte da manhã escrevendo pilhas de cartas para sua mãe e irmãos sobre sua primeira grande exploração junto a guilda, as mãos tremendo de excitação.

Ele gostava de escrever anotações no seu singelo diário. 

- Poxa vida, poxa vida! Não posso me atrasar, não hoje!

Com muita pressa, foi colocando tudo o que via pela frente, pegando desde coisas úteis a bugigangas que deixava espalhadas pelo chão. Tentou fechar o botão da mochila, que estava cheia, mas não conseguiu. Tentando novamente, pulou em cima na ideia de amassar suas coisas, e quando achou que conseguiria, caiu da cama direto para o chão.

- Ouch! Nossa, isso doeu! Poxa malinha, oque eu te fiz?

Acariciando a sua nuca, se levantou e arrumou sua roupa, que estava fora do lugar. Suspirou e começou a arrumar a mala, tirando tudo e deixando em sua cama.

- Escova de dentes, toalha, chinelo, xampu, cobertor, lanterna...

Quando se sentou na cama, sentiu que algo faltava. Foi quando ouviu um estrondo, alguém arrebentando a sua porta do quarto e ele voltou a cair no chão.

- HOY, Heitor! Você vai perder o café da manhã! – Gritou Louis, pisando duro no chão.

Quando o grande home se aproximou, acabou esmagando um pedaço de plástico, ouvido um creck.

Assustado, Heitor se aproximou e ao ver, ficou arrasado. Era uma pequena escultura a feita pela sua irmã mais velha, um item de alto valor sentimental. Começou a chorar, reunindo as partes quebradas, como se tentasse colar, mas sem sucesso.

Louis era orgulhoso demais para admitir que errou. Ficou parado, vendo o Heitor começar a chorar como uma criança e se irritou.

- Ei, moleque! Me escuta aqui! – Falou, sua figura parecendo ainda maior diante do pequeno Bidoof abaixado.

- M-me desculpe!!- Ele disse, se abraçando no chão e encolhendo.

- Moleque, não deixe suas coisas espalhadas!! Estamos de saída! Não me faça voltar aqui.

Ele saiu e bateu a porta com força. Assustado, Heitor deixou seu bem debaixo do seu travesseiro e pegou rapidamente as coisas que faltavam, entre elas, alguns lanches já prontos e alguns doces. Ainda com lágrimas ofuscando sua visão e o pequeno coração acelerado, ele colocou a mala nas costas e fungou.

Com mais vontade de chorar, ele mordeu os lábios e tentou juntar tudo nos seus braços pequenos e colocou devagar na cama. Seu coração estava a mil e enxugou as lágrimas.

- Poxa vida... O dia começou difícil...Sniff.

Pegando um lencinho, assou o nariz e jogou no lixo. Ele respirou fundo e abriu a porta, ouvindo um burburinho no salão. Quando trancou a porta, sentiu alguém esbarrando em sua mala e quase perdeu o equilíbrio.

- Ei, cuidado por onde você anda! – Grunhiu Jim, o Zubat, novo integrante da guilda.

- M-Mil perdões! Eu não vi...

- Humpf.

Zubat continuou a andar, seu cabelo longo ocultando sua face e ele colocou as mãos nos bolsos da calça. Levava uma sacola simples nas costas, que parecia estar até muito leve.

Bidoof pensou em desejar um bom dia, como sua mãe lhe ensinara. Mas havia um certo receio em dizer para alguém mal-humorado. Mas também tinha medo de não tentar e se arrepender muito depois. Reuniu sua coragem e falou, um pouco atrapalhado.

- B-bom dia! Espero que podemos nos dar bem!! – E se curvou, mas o peso da mala foi tanto que caiu de novo. – Ouf...

O Zubat pareceu não ligar, andando mais alguns passos. Heitor estava soterrado pelas próprias coisas, quase não conseguindo respirar. Tentou pedir ajuda, mas nem conseguiu falar.

Foi quando alguém levantou sua mochila e conseguiu respirar, com uma longa inspiração. Quando decidiu agradecer, voltou ao chão.

- Ops! Deixei cair, foi mal! – Ouviu uma oz masculina dizer. 

Sua mochila tombou para o lado com força, assim conseguindo ficar de barriga para cima. Viu que era ninguém menos que o Skuntank, sobrinho da Guildmaster e Koffing. Ele era alto com costas e braços largos, mas o Koffing era muito maior. Suas roupas eram roxas escuras e havia uma caveira de estampada na blusa, carregando também diversos pacotes e uma mala grande.

Alfonse fez uma cara de deboche, movendo os ombros como se não se importasse. Tom, que estava ali parado decidiu pegar o braço do Bidoof quando este tentou se levantar.

- N-nossa, muito obrigado!! Eu não sei se eu conseguiria levantar sozinho...

Tom acenou com a cabeça e voltou a andar quando seu líder seguiu em frente. Quando sumiram do corredor, suspirou aliviado e colocou as mãos nos joelhos.

- Poxa, que susto eu tomei...

Repensou se não estava levando muitas coisas em sua mala, pois mal conseguia andar com tanto peso. Abriu a porta do quarto e começou a rever tudo novamente.



Quando terminou de arrumar a mala, depois de tantas vezes, alguém bateu em sua porta. Se assustou facilmente, achando que poderia ser Louis com sua ira de sobra.

- Hey, Heitor! Tudo em cima? – Sally falou, colocando a cabeça dentro do quarto. – Você não estava no café da manhã e nem na hora da explicação, mas, saca só! A gente vai ser um trio por hoje! 

- V-amos? É sério? Poxa vida, nossa, que legal!! – Ficou tão feliz que esqueceu de fechar o zíper principal da mala, que caiu e espalhou tudo de novo.

- AH. Nossa, que bagunça cara! Te dou uma mão.

Sally abriu a porta e rapidamente empilhou os itens úteis, como separar a comida das roupas e de alguns equipamentos de exploração. Ela arqueou as sobrancelhas quando viu alguns bonecos e chinelo.

- Nossa, achei que não íamos precisar de tudo isso.

- É que... Sabe, não saio muito em Dungeons, então as vezes... Eu meio que não sei o que levar. - Comentou, enrubescido.

- Ah, tudo bem, eu te ajudo! É bem simples depois que você pega o jeito.

A Totodile se animou, separando os objetos e com uma velocidade incrível, montou uma pequena pilha na cama. Antes mesmo que esperasse, ela colocou tudo em ordem na sua mala.

- N-nossa, como você ficou rápida nisso??

- Ah, a Ellie me obrigou. Ficamos a semana inteira pensando em algo assim! Eu voltava super cansada das missões, mas ela me forçou a fazer isso. Foi até bom, pude te ajudar!

- Q-que demais!!

Sally fechou a mala dele e pegou na alça, entregando a ele. Quando pegou percebeu que estava muito mais leve que antes.

- O que você pegou afinal?

- Ah, bom, o que eu geralmente uso sabe? Em explorações assim não podemos exigir muito, mas Maya falou que haverá algumas paradas. Quem sabe a gente entre num spa com água!

- Ué. Existe outro tipo de... Spa? Não tinha só os de água quente? 

- Ah, tem sim! - Sally coçou a cabeça, um rubor surgindo nas bochechas.- Foi onde encontrei a Ashara. E ela me deu uma surra.

Sally levou a mão no estomago, rindo das memórias daquele dia. Já havia se passados algumas semanas, não sabia ao certo, era ruim em lembrar datas. Sem perder mais tempo, ela se recompôs e ambos foram até o salão principal.

Ellie acenou para eles assim que chegaram, sinalizando para se reunirem ali. Ela carregava a mesma bolsa casual de explorador e uma pequena bolsa rosa, batia os pés no chão e parecia estar brava, pois cruzou os braços.

- Ainda bem que chegaram! O pessoal está de saída. Uma caravana levará a gente até o lugar marcado e de lá seguiremos com a exploração.  Por que demoraram?

Bidoof sentiu uma leve culpa em seu interior, por atrasar seus colegas e por nem ter tomado café da manhã. Abriu a boca para dizer com os lábios tremendo levemente.

- Ah... É que eu-

- Ah, relaxa Ellie! Ele tá super animado pra ir com a gente que esqueceu das horas! Mas tudo bem, vamos indo agora, certo? - Ela colocou a mão no ombro dele, sorrindo.

- Bom, tudo bem então.

Ellie se virou com o semblante sério, mas voltou para trás e esticou a sacola para ele. Surpreso, ele perguntou o que poderia ser. Sentiu um aroma doce e fresco.

- São algumas das panquecas que pegamos pra você, junto com maçãs. Não é bom ficar sem comer sabia?






A caravana que os esperava era muito grande, para mais de vinte Pokémon. Era colorida e tinha o logo de alguns Pokémon estampados, vindo de uma companhia de Staraptors e outros dos tipos voadores, sinalizando segurança e velocidade. O motorista esperava do ado de fora, sendo um Electabuzz, vestido com roupa social e tendo por volta dos quarenta anos de idade, de semblante tranquilo.

Maya e Charles conduziam os integrantes da Guilda, alguns mais animados, outros sem uma reação específica como a Shimezo. Sally e Ellie foram as penúltimas da fila, ficando para trás Louis e Dexter, para fechar os portões da ilha. 

- Nossa, olha só que legal! 

- Heya, hey! Você não acha que vai caber todo mundo? É bem grande né? – Disse Jack, o pequeno Corphish. Ele estava tentando falar com Shimezo, mas que estava com parte da face oculta pelo lenço.

- ...É, acho que sim.

Maya estava com os braços para cima, como se chamasse a atenção de todos os presentes.  Comentou que seria preciso estarem com suas duplas ou trios, e que dariam mais informações no caminho. Charles estava do seu lado, seu semblante sério e segurava sua costumeira prancheta, anotando e conferindo cada um dos integrantes.

Ellie esperava com braços cruzados, sua mala começando a pesar um pouco em seus ombros devido a espera, mas logo cada um dos membros foram subindo e desaparecendo dentro do ônibus.
Ela esperava mais atrás, na fila. Bufou e fechou os olhos.

E ouviu alguém a chamando. Olhou para os lados e viu que o pessoal da Guila estava longe, tudo num piscar de olhos. Assim que se virou para trás, viu alguém encapuzado, parado na escadaria.

Por instinto, ele assumiu uma posição de batalha, sentindo um arrepio ao encarar o vulto.

- Com licença, quem é você?

- Eu preciso que você segure isto. Me pediram para entregar para você.

O vulto se aproximou e ele sacou uma lâmina de folha de seu braço. Parado, o vulto estendeu a mão com a palma para frente, sinalizando que parasse.

- Paz. Irei deixar isso aqui.

Ellie ficou irritada, pois não conseguia ver o rosto do Pokémon, não soube identificá-lo. Prestou atenção na postura e na mão, pensando se seria alguém conhecido. As mãos tinha cicatrizes, a voz era cansada. Pela forma do corpo, deveria ser alguém forte, pensou.

"Eu deveria iniciar um combate?" pensou Ellie.

Antes que avançasse, a criatura deixou um item o chão e partiu, na direção da praia. 

- ...Que?

Ellie se virou e não havia nada. O vulto cinzento sumiu.

Pasma, ela olhou para todos os lados na tentativa de acha-lo. Mas não obteve sucesso.

Com o coração acelerado, a jovem voltou para perto da Guilda onde estava o objeto no chão. Quase berrou.

- Não pode ser! 

Ela se agachou e pegou rapidamente, escondendo em suas mãos. Começou a suar frio, ainda mais incrédula. 

"Como? Não é possível..."

- Oii! Ellie!

Abrupatamente ela girou a cabeça, assutou Sally que quase gritou.

- Ei! Calma! Só vim te chamar.

A garota de cabelos verdes pegou sua mochila e jogou o objeto, não deixando Sally ver. Atrás da Totodile havia também Heitor, o jovem Bidoof que estava curioso ao olhar para ela.

"Respire Ellie. Respire..." 

"E depois pense em uma resposta plausível para eles."

- ...Ah. Eu achei que tivesse esquecido algo... Então pensei em voltar para a Guilda....

- Mas a Guilda não está fechada? - Perguntou Heitor.

"Droga. Pense em algo."

- Sim. Pensei apenas em olhar ao redor, pode ter caído. - Respondeu ríspida, fechando a bolsa e tirando poeira do joelho.

- Vamos. Seremos os últimos! - Sally falou, sorrindo e pegando o antebraço do Heitor.

Ela olhou para trás por um momento e falou sem emitir voz: Conversamos depois.




Dentro do ônibus, Bidoof tremia e conversava com Sally sobre missões e expedições, os olhos brilhando.

Maya e Charles subiram e tomaram seus acentos na frente, um pouco distante deles, que estavam no meio. Ellie olhou de relance o único lugar disponível e pensou quais pessoas faltavam. Ao descobrir a resposta, segurou sua raiva, se sentou. Fechou os olhos com força.

"Arceus. Não me faça surtar hoje."

Sentiu que alguém sentou ao seu lado, pois seu banco de elevou.

Abriu os olhos devagar, vendo uma nova figura ficar ao seu lado. Era Alfonse, o Skuntank que havia arranjado problemas com Sally antes. Rapidamente fechou a cara, olhando para a janela, se apoiando com os cotovelos no vão.

 Suspirou alto, atraindo a atenção dele.

- Acho que vou me sentar aqui. - Falou ele, afirmando

Ele era largo, quase que seus cotovelos chegavam perto dos braços de Ellie. Arrumou o assento, que foi para trás deitando-se e fechou os olhos. A Snivy pareceu não se importar mais e ficou quieta. Sally a encarava com certo receio, mas sinalizou como se dissesse: está tudo bem, tomarei cuidado.

Havia um certo burburinho, até que Maya se levantou e se apoiou em um dos lugares.

- Vocês estão animados, certo pessoal?

Dos que estavam mais animados, levantaram o braço e responderam com um grande “SIM!”. Era a turma do fundo, atrás de Ellie. Sally estava entre eles, possivelmente causando algo.

Ellie abriu os olhos e prestou atenção.

- Vou dizer algumas coisas, antes de irmos. O lugar se chama Craggy Coast, é uma passagem pelas montanhas que nos levará a uma floresta pouco explorada. Alguns dizem que é perigoso se você for muito a fundo, talvez haja até vilarejos escondidos!

Animada, ela continuou a dizer.

- E depois disso eu não sei, vou deixar tudo com Charles.

- OQUE? – Disseram coletivamente.

- Está tudo bem gente! O nosso querido motorista vem nos buscar daqui a uns nove dias, então acho que temos tempo! Não é Charles?

- Acredito que sim, Guildmaster. – E ele se levantou, com a prancheta nos braços. – Eu cuidarei desses detalhes triviais. Deveríamos ir e não perder tempo.

Voltando a sentar, Maya desejou uma boa viajem a todos. O motorista subiu no ônibus e fechou a porta com um leve baque. Sentou-se em sua cabine e ligou o veículo, que tremeu e começou a se mover.

- Achei que iriamos usar a Explorer Badge para algum lugar perto. – Disse Sunflora, sentada com Louis.
- Cortaria gastos sim, mas Charles preferiu alugar uma caravana e garantir que todos nós chegássemos juntos.

- Ué, os portais das Explorer Bagdes não funcionariam na nossa Guilda? - Perguntou Sally,

- Como é uma região pouco frequentada nessa época do ano, os portais ainda estão sendo testados para o turismo na próxima temporada. – Respondeu ele, cruzando os braços.

- Ah, é? Achei que eles queriam todos juntinhos, que nem eu e você, L o u i s.

Ele fechou a cara, olhando para a janela, como se desviando do comentário da Sunflora. Um leve rubor apareceu em seu rosto, e ele se perguntou por que se deveu ao trabalho de responder aquela pergunta.

No meio do ônibus, a jovem Riolu segurava uma caneta e uma lista e conferia os nomes com Alice, se haviam pegado todos os ingredientes.

- Pimenta do Reino? Oran Berries?

- Confere.

- Molho se Sitrus Berry, raspadas de Lecha Berry, palitos para espetinhos, sal, açúcar, farinha, confere?

- Sim, sim, sim, sim, sim e sim de novo. – Disse, movendo a cabeça para baixo a cada vez que dizia as palavras. – Mas ainda tenho a sensação de estar esquecendo algo, você não acha?

Alice terminou de verificar alguns dos pacotes que tinha guardado no compartimento acima delas, com seus poderes psíquicos. Ela se sentou e suspirou, tirando seu chapéu de cozinheira.

- Tudo bem, nós usaremos o que estivermos levando.

- ...Ainda não me acostumei com você não usando seu chapéu...- Disse a Riolu, suspirando. – É como se fosse outra pessoa.

- Logo você se acostuma! Eu acredito que sim. – Terminando de dizer, dobrou o tecido e colocou em seu colo.




Passado algum tempo, Ellie não conseguia para de pensar, sua mente a mil. Ao seu lado havia Alfonse, olhando para o teto e de fones de ouvido, o que era um problema a menos.

Nisso, ela se concentrou em buscar em suas memórias algo que fizesse sentido. Haveria horas para pensar nisso, então pensou em usa-las da melhor maneira possível. 

- ... Onde? Quando? Eu não chego a resposta alguma... - Susurrou para si mesma.                  

- OW!! - Gritou Sally.- Minha gente, vocês não sabem!

Disse a garota de cabelos azuis ficando em pé, chamando a atenção de todos que pararam para ouvi-la. – Ou talvez vocês sabem, mas olha, EU NÃO SABIA QUE IA TER UMA BARRACA SÓ DE FOGOS DE ARTIFÍCIO. E a gente pode se inscrever para dançar também? Nossa, eu tô muito a fim de passar vergonha!

- Nossa, é sério Sally? Você não fica tímida não? – Perguntou a Riolu.

- QUE NADA! Vou em busca da humilhação. Hahahaha!

A maioria acabou rindo junto do comentário também, até que ela começou a dizer novamente.

- ... Se bem que... É capaz né? Eu acho que seria legal se tivesse alguém que ensinasse a gente a dançar! Mas nem sei por onde começar...

- Ouvi dizer que haverá algumas novas dançarinas e dançarinos diferentes nesse ano! Será que vai ser algo costumeiro ou algo novo? - Perguntou Sunflora, cruzando as pernas e sorrindo.

- Eu queria um show de Rock. – Falou Louis, deitando-se para trás. – Música tradicional é um pouco entediante.

- E eu queria um show de POP. Há algumas novas bandas, seria legal se elas tocassem por aqui.

Sally percebeu que os membros acabaram se exaltando, falando de como seria um festival grande. Nunca havia estado em um, ou pelo menos não se lembrava de estar em um. Se perguntava mesmo como seria, não deixando de estar ansiosa. Até que alguém perguntou, quando a conversa estava quase no fim.

- Ei, Sally. – Perguntou o Digglet, não muito longe. – Aonde você morava não tinha essas coisas?

Ela ficou em silencio, e isso atraiu a tenção de todos que estavam ali, acordados. 

"... Ah mano."

Começou a suar frio. Antes, ficava imaginando se eles não fariam muitas perguntas, mas nem lembrava mais o que havia dito sobre. Talvez não soubessem que ela havia perdido a memória e ainda não havia vestígios de recuperação delas.

Pensou em algo rápido para servir como desculpa.

- Ah, não, não. Era um lugar muito tranquilo perto da praia! Por isso eu vim para cá, sabe? Em busca de aventuras!

- Você não sente saudades de casa? - Perguntou Heitor, ao seu lado.

Outro baque para ela, que quase se abalou pela pergunta.

- A-ah, não muito. Eu acabei descobrindo que aqui era bem mais divertido!

- Mas de onde você veio mesmo? – Subitamente perguntou Skuntank, com um leve sorriso no rosto. – Sabe me dizer?

Atrás dele, seus dois companheiros de time deram uma leve risada.

"Desgraçado."

Ela demorou a responder, o encarando com espanto. Se fosse outro assunto, talvez dissesse como se não se importasse, mas era um ponto delicado. Foi então que alguém falou, fria como gelo:

- Ela veio de um vilarejo próximo a Lake Afair. É bem longe daqui. – Respondeu, abrindo um olho. – E eu agradeceria se vocês falassem um pouco mais baixo.

Com isso, todos se sentaram e fizeram silêncio. Sally olhou para ela e sorriu de canto, como se sinalizasse um “obrigada” e Ellie voltou a fechar os olhos e se encostar na janela.

Suspirando de alívio, Alfonse deu uma última olhada para ela antes de voltar a deitar. Sally respirou fundo, vendo que até mesmo Heitor se aquietou e ao se apoiar na janela, ficou sonolento. Decidiu fazer a mesma coisa, tentando dormir.







{ 2 comentários... read them below or Comment }

- Copyright © 2016 Pokémon Mystery Dungeon: A Fanfiction - Escrito por White Vir Scarlet (WV) - Powered by Blogger - Designed by Johanes Djogan -